Deputados em pé de guerra por conta do projeto do ICMS

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Deputados em pé de guerra por conta do projeto do ICMS

Oposição atira flechas incendiárias em direção aos governistas, que revidam

Deputados alvejados pelas flechas desenterram a machadinha de guerra, e a aldeia pega fogo

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O pau está quebrando na aldeia, porque deputados estaduais que partiram para a oposição começaram a atirar flechas incendiárias que espetaram os parlamentares governistas e os deixaram queimados perante a população. A oposição começou a revelar informações de bastidores, dessas que o público não toma conhecimento, em torno da aprovação do aumento da alíquota do ICMS, que passou de 17,5% para 21%.

Uma das informações reveladas pela oposição foi a de que o projeto foi votado às pressas, e que ninguém teve tempo de ler. Mas depois foi revelado que o chefe da Casa Civil estava na antessala do plenário desde às 15h30. Como a votação foi após o final da tarde, há algumas horas de espaço nesse intervalo. Depois disso um deputado revelou que era contra, mas foi voto vencido durante a discussão do projeto e por isso votou sim em plenário. Quer dizer então que pelo menos alguns parlamentares discutiram e até votaram internamente. Faltou combinar os discursos, para que ficassem parecidos.

Há um desencontro nas informações de bastidores, mas nisso os deputados governistas estavam sendo flechados pelos poucos da oposição. Inicialmente ficaram quietos, mas não por muito tempo. A troca de alfinetadas saiu dos bastidores e passou para o plenário. Vale a pena olhar o vídeo curto, do bate boca entre Luizinho Goebel (PSC) e Alan Queiroz (PSDB):

O vídeo é curto. Vale a pena dar uma olhada. Coitada da deputada Dra Taíssa, que estava no meio

Alguns deputados da oposição começaram a ganhar corpo diante da população, anunciando propostas mirabolantes para supostamente resolver a situação. Sem enganação, não há mais nada que a Assembleia Legislativa possa fazer sobre isso. Dependeria ou do Judiciário ou do próprio Executivo a questão da mudança na alíquota, pois o Legislativo já aprovou a lei.

A coisa piorou quando foi elaborada uma arte dizendo “São esses os deputados que defendem o projeto de lei que revoga o aumento do ICMS”. Aparecem as fotos dos deputados Rodrigo Camargo (Republicanos), Afonso Cândido (PL), Nin Barroso (PSD), Cássio Gois (PSD), Luizinho Goebel e Dra Taíssa (PSC). Ponto para a oposição.

Os governistas, então, resolveram desenterrar a machadinha de guerra, pois se sentiram queimados. Principalmente porque é vedado ao deputado apresentar um projeto de lei reduzindo alíquota de imposto. Só quem pode apresentar um projeto assim é o Executivo. Então pessoas ligadas aos governistas começaram a usar a mesma arte, com a foto dos opositores, com os dizeres: “Os inimigos da segurança pública”.

Isso porque o aumento salarial para o pessoal da segurança pública, anunciado pelo governo, só acontecerá com o aumento da alíquota do ICMS. E… independe da discussão da alíquota, o pessoal da segurança merece o aumento. Praticamente não se houve falar em corrupção no setor, como acontece em muitos Estados, e muitos dos que trabalham na área de segurança precisam fazer algum bico, geralmente vendendo alguma coisa nas horas de folga, para sustentar a família.

Os efeitos dessa pauleira acabaram sendo muito fortes. Só para citar um exemplo entre muitos, o ex-deputado Jesuíno Boabaid, líder da Assfapom, baixou a lenha do deputado Delegado Camargo. E, no caso, parece que chegou ao ponto de ser uma espécie de luta por território, pois Boabaid está de volta à Polícia Militar. O pessoal das forças de segurança ficou muito irritado com os deputados de oposição, que antes eram chamados de heróis.

Como o deputado Rodrigo Camargo era até então a principal voz da oposição, nos grupos de WhatsApp começaram a circular fotos de um ônibus e de uma Van que atendem o parlamentar. É claro que daqui a pouco os governistas começam a dizer quanto é gasto com os veículos. É dinheiro do Estado, também, vão explicar.

É bom lembrar que o aumento da alíquota não seria somente para pagar um salário melhor aos servidores da segurança. A execução de diversas obras nos municípios também está condicionada à elevação da arrecadação.

Isso é o que revelam as fontes do blog na Assembleia Legislativa. E olhem que a cúpula do Legislativo não está em Rondônia, pois o presidente da Casa e alguns outros deputados estão viajando. Vamos agora ao que dizem as fontes do blog no CPA.

Um grupo de deputados furiosos, com a machadinha de guerra na mão, teria ido até o CPA saber o motivo de o governo ser tão bonzinho com os deputados que formaram a oposição. O motivo? Apenas dois desses deputados não têm indicações nos cargos comissionados.

Os deputados furiosos argumentaram que, se os nobres colegas da oposição estavam dizendo que o governo economizaria se tivesse menos comissionados, então demissões deveriam acontecer, começando pelos indicados dos parlamentares que agora estão na oposição.

O deputado Luizinho disse na tribuna que aconteceram exonerações de assessores do governo que são próximos a esses deputados, e que foi publicado no Diário Oficial. Na verdade, não foi bem assim. Foram exonerados os indicados por esses parlamentares. Eles não eram simplesmente próximos.

Reunião secreta

Houve também uma reunião secreta, na Escola do Legislativa, recentemente. Rodrigo Camargo e Luizinho Goebel não foram convidados. Deputados entraram pelos fundos, estacionando os carros na garagem, e os funcionários da Assembleia foram proibidos de passar por ali.

Só o deputado Edevaldo Neves (Patriota) parou o carro na frente da Escola do Legislativo e passou pelos corredores. O que foi discutido permanece guardado a sete chaves.

Direito de resposta

O deputado Delegado Carmargo entrou em contato com o blog, pedindo direito de resposta, explicando que comprou a Van financiada pelo banco, em seu nome, muito antes de ser deputado. Ele explicou que o ônibus foi financiado pelo Sicred e que também é pago com seu próprio dinheiro. O parlamentar adiantou que os dois veículos não são custeados pela Assembleia Legislativa, e que isso pode ser facilmente comprovado.

Delegado Carmargo também explicou que nunca possuiu nenhum cargo no governo, e que jamais indicou nenhum assessor. O parlamentar afirmou que a Assembleia Legislativa pode resolver a questão do ICMS com o projeto de lei de sua autoria.

Ele afirmou, ainda, que jamais seria contra a segurança pública, e que foi o único a não ser convidado para a reunião na Escola do Legislativo, tanto que o deputado Luizinho Goebel argumentou, depois, que a exclusão era ilegítima, pois era o direito de um deputado.

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