Quebra-pau entre deputados e Governo do Estado mostra crise entre Poderes

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Quebra-pau entre deputados e Governo do Estado mostra crise entre Poderes

A Casa Civil teria determinado que os secretários parassem de atender os parlamentares

Durante sessão plenária, deputados estaduais detonaram a Sesau, com indiretas até ao ex-secretário Fernando Máximo

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A sessão da tarde de terça-feira (1) pegou fogo na Assembleia Legislativa, com discursos inflamados dos parlamentares, devido ao clima de guerra vivenciado nos últimos dias entre Executivo e Legislativo. Os ânimos se acirraram durante a recente viagem do governador Marcos Rocha (União Brasil), que regressou do Japão nesta semana para administrar incêndios.

Uma das razões da briga teria sido uma determinação que teria partido da Casa Civil, para que os secretários de Estado deixassem de atender demandas dos deputados. O parlamentar algumas vezes nem era recebido pelos secretários, e em outras ocasiões percebia que as emendas impositivas destinadas aos municípios onde tem base eleitoral estavam paradas.

Quando os deputados entenderam que haveria uma ordem da Casa Civil para segurar as emendas com os benefícios destinados aos municípios, ficaram indignados. A situação piorou na última semana, quando, por inércia de algumas secretarias, o pagamento de diversos servidores quase atrasou.

Quando o governador ocupou sua cadeira na segunda-feira, lhe foi comunicado que os parlamentares exigiam que cabeças rolassem, caso contrário a situação dificilmente se abrandaria, pois os municípios estavam sendo prejudicados.

Em meio ao fogo cruzado o governador Marcos Rocha manteve a calma e acabou exonerando, a pedido, um dos principais aliados da Casa Civil, o então procurador-geral do Estado Maxwel Mota de Andrade. Ele é tido como um dos grandes conselheiros da Casa Civil. Está no Diário do Estado de ontem (01.08.2023).

A partir de hoje (02.08.2023) o procurador-geral é Thiago Denger Queiroz, que não teria as bênçãos da Casa Civil, com a qual parlamentares estão em guerra, mas é um técnico com capacidade reconhecida e apontado como o nome ideal para dirigir a PGE.

Durante a sessão plenária onde o pau cantou, os deputados Cirone Deiró (União Brasil) e Jean Mendonça (PL) disseram na tribuna que explicariam melhor o que foi dito “no site”, que o governador fica viajando em um momento difícil, e que seria melhor se ele ficasse no Estado. Os parlamentares são leitores do blogentrelinhas.com.br, que contou a situação. Cá entre nós, é uma boa leitura.

Cirone Deiró e Jean Mendonça admitiram que existe um problema que está se agravando, e que o governador Marcos Rocha deve acompanhar de perto as ações de determinados secretários, pois muita coisa acaba acontecendo quando ele viaja.

O blog apurou, aliás, que alguns secretários do governador estão se escondendo atrás da secretária do Planejamento, Beatriz Basílio Mendes. Ela teria alertado mais de uma vez para a necessidade de todas as Secretarias de Estado enviarem pedidos de remanejamento de recursos com antecedência, para que fossem encaminhados à Assembleia Legislativa, ou haveria risco de o salário do servidor atrasar.

As Secretarias de Estado que atenderam a orientação não tiveram problemas, mas teria faltado gestão na Sesau, Seduc, Sefim, PGE e Segepe. E olhem que Segepe significa Secretaria de Gestão de Pessoas. Onde está a gestão? Essas Secretarias teriam atrasado o envio do pedido de remanejamento de recursos para a Sepog. Quando a Sepog recebe um pedido assim, providencia uma minuta, que deve ser encaminhada à Casa Civil, para que então seja enviada à Assembleia Legislativa. A responsabilidade maior é da Casa Civil, o foco da briga com os deputados.

A Secretaria de Estado mais detonada na batalha foi a da Saúde (Sesau). É onde estão as indiretas ao ex-secretário e hoje deputado federal Fernando Máximo (União Brasil). Se a Sesau está mesmo a porcaria que foi definida nos discursos, não é somente por culpa de alguém que está na gestão somente desde o início deste ano. Por mais incompetentes que fossem, os atuais gestores não conseguiriam causar tantos estragos em poucos meses, nem com muito esforço, portanto não merecem sozinhos os adjetivos proferidos pelos deputados estaduais. O problema é mais antigo.

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