Grupo de vereador acusado de assédio sexual persegue vereador acusado de estupro

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Grupo de vereador acusado de assédio sexual persegue vereador acusado de estupro

Na cabeça dos vereadores, acusação de estupro mancha a Câmara, mas a de assédio sexual, não

Situação digna de acompanhamento psiquiátrico acontece na Câmara de Vereadores de Cacoal

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Será que ele é?

A Câmara de Vereadores de Cacoal não tem pisado no tomate, e sim sapateado no tomateiro. Oito vereadores da base aliada do prefeito Adailton Fúria votaram para manter afastado do cargo o vereador Lauro Garçom. Ele é acusado de estupro. Devido a Lauro estar afastado, o suplente foi convocado.

O suplente é Pedro Rabelo, que também votou, contrariando legislação federal. Como o suplente pode votar pelo afastamento do titular, se tem interesse direto na vaga? Pedro é filho de Jabes Rabelo, aquele deputado federal que teve o mandato cassado quando o irmão foi preso com uma carteirinha de assessor parlamentar e uma grande quantidade de cocaína.

O que torna a situação digna de ser examinada por um psiquiatra é que o presidente da Câmara de Vereadores de Cacoal, Magnilson Mota, é acusado de assédio sexual por uma servidora comissionada da prefeitura. E os vereadores entenderam que o caso de Lauro Garçom arranha a imagem da Câmara, mas o caso de Magnilson, não, apesar de as acusações seguirem no mesmo rumo.

O mais esquisito de tudo isso é que, na época em que Lauro Garçom era da base aliada do prefeito Adailton Fúria, estava tudo bem. A base era de oito vereadores. Mas depois que ele passou a desobedecer o prefeito, rapidinho foi feita uma denúncia à Justiça, ele foi preso e afastado pelo presidente Magnilson, que chamou o suplente.

Com o suplente no lugar do vereador afastado, o prefeito voltou a ter oito vereadores em sua base aliada. Lauro Garçom pediu licença de 120 dias, o que é permitido, e depois de ser solto tentou reassumir o mandato, mas Magnilson Mota colocou o pedido em votação. E deixou o suplente votar.

O que circula em Cacoal é que a base aliada do prefeito sabia da acusação que pesa contra Lauro Garçom, mas que estaria tudo bem enquanto ele obedecia o prefeito. Foi só ele passar a votar contra o que considerou alguns desmandos do Fúria, e logo foi denunciado e passou a ser mal visto até pelo nobre colega acusado de assédio sexual.

O PTB de Cacoal apresentou uma denúncia contra Magnilson, pedindo seu afastamento da presidência. O blog teve acesso ao vídeo do discurso do vereador Dr. Paulo Henrique. Advogado, ele disse que “o pau que dá em Chico deve dar em Francisco”. Trata-se de um bordão jurídico, especificando que a Justiça deve ser para todos, não devendo ser aplicada de forma mais dura aos menos favorecidos, como no caso, o Chico. Ou o Lauro Garçom.

O blog teve acesso à acusação que pesa contra Lauro Garçom, e também a uma peça de sua defesa. Aparentemente o caso de Magnilson é muito mais sério do que o do Lauro.

Se não estivesse claro que o interesse do grupo é manter forte a base do prefeito Adailton Fúria, estaria mantida a afirmação de que trata-se de um caso clínico, digno de ser encaminhado a um psiquiatra. Mas está claro que não é nada disso. É só um bando de vereadores sem noção, querendo proteger o prefeito. Ainda não é possível entender do que estão querendo proteger o Fúria. Talvez isso mereça uma investigação mais apurada.

Estão fora da base do prefeito os vereadores João Pichek, Toninho de Jesus, Valdomiro Cora, Dr. Paulo Henrique e Lauro Garçom, mantido afastado pelo grupo do Fúria. Então, está retirada a afirmação de que o caso é psiquiátrico. É só politicagem mesmo. No caso de Magnilson está certo deixar o psiquiatra de fora. É melhor acionar a Polícia. Assédio sexual, é?

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