O pai do Fera era funcionário do gabinete do deputado Rodrigo Camargo, ganhava mais de R$ 6 mil e era visto de bermuda pela rua na hora do expediente. Fantasma tem filho Fera?
De início cena parece assustadora, fantasmagórica. O deputado federal Thiago Flores começa seu podcast anunciando a entrevista com o ex-vereador Rafael é o Fera. Ele aponta para a cadeira, mas ela está vazia. Thiago se levanta, vai até lá, passa a mão sobre a cadeira, olha embaixo da mesa, e nada. É claro que Rafael não seria tão irresponsável ao ponto de confirmar presença e não ir. Isso indica que temos em Ariquemes o homem invisível.
Talvez com receio de que a população não possa aceitar sem medo a presença de um homem invisível na cidade, Rafael deve ter ficado mudo no podcast. Não falou nada nem movimentou nenhum objeto, mas ele estava lá. O deputado federal Thiago Flores mostrou o áudio de WhatsApp de Rafael confirmando presença. Então ele foi. Só estava invisível. Mas não havia razão para tanto receio de a população não entender, pois Ariquemes já convive com Fera e com fantasma mesmo.
Se Rafael não fosse o homem invisível, seria visto como o cidadão sem palavra, alguém em quem é impossível acreditar. E as denúncias que ele vive apresentando, então? Não têm fundamento, como a confirmação da participação dele no podcast de Thiago Flores?
É a comprovação de que o terror tomou conta de Ariquemes. Agora que temos o homem invisível, cuidado quando tomar banho. Quanto ao Fera, todo mundo já sabe quem é mesmo. Agora vamos ao fantasma.
Circulou em grupo de WhatsApp que o pai do ex-vereador Rafael, Edvaldo Carlos Pereira, era visto pela cidade de bermuda, no horário de expediente. Ele era nomeado no gabinete do deputado Rodrigo Camargo (Republicanos), com salário de R$ 6.355,01. Proprietário de um forró, ele trabalha sim, mas no forró. No gabinete de Camargo não se sabe o que ele fazia.
O apelido que se dá a quem recebe e não cumpre expediente é fantasma. No caso de Fera pai, Rafael foi muito criticado, pois assim como Rodrigo Camargo gosta de denunciar a administração pública e costuma falar forte. Gostam de cobrar dos outros, aliás.
A coisa pegou tão mal que Fera pai chegou a ser chamado de Gasparzinho, o que não está certo. Gasparzinho é o fantasminha camarada. Fera pai é dono de forró, e aparentemente não é tão camarada assim. Acontece que Fera pai acabou sendo exonerado, pois começou a se espalhar em Ariquemes que o deputado mais metido a moralista do estado estaria mantendo em seu gabinete um servidor que não cumpre expediente.
Essa situação ficaria engraçada, se não envolvesse dinheiro público. Já estava nomeado no gabinete de Rodrigo Camargo o colaborador Edevaldo Rodrigues dos Santos, com vencimentos de R$ 2.202,73. Depois que fera pai foi exonerado, os vencimentos de Edevaldo passaram para R$ 8.144,16. Parece até que adicionaram ao salário dele o valor retirado de Fera pai. A esposa de Edevaldo trabalhava no gabinete de Rafael é o Fera, na época em que ele era vereador.
A grande surpresa em Ariquemes é que Fera não apareceu na entrevista que deveria dar no podcast de Thiago Flores. Disseram até que ele arregou, mas provavelmente não foi isso o que aconteceu. Ele deve ter ficado invisível. Thiago mostrou no podcast um áudio onde o vereador confirmava presença. Fera então fala o apelido de Edevaldo dos Santos, e conta que o rapaz, aquele que teve aumento de salário no gabinete de Rodrigo Camargo, está cuidado de sua agenda. A foto onde ele paga o lanche não é recente.
Suspense: estaria o deputado Rodrigo Camargo, o mais metido a moralista na Assembleia Legislativa, usando a máquina pública para ajudar seu apaniguado em Ariquemes? O clima de terror estaria instalado na cidade, com Fera, fantasma e homem invisível? Temos acima a fotografia de Edevaldo, funcionário do Camargo, com o ex-vereador Rafael, pagando um salgadinho. A foto não é recente.
Pode não parecer, mas Edevaldo está usando uma camiseta do deputado Rodrigo Camargo, onde está escrito: “Posso ajudar?”. Temos uma outra fotografia, com o deputado Camargo e outro colaborador dele, usando o mesmo uniforme. E aqui vamos lançar uma enquete. O Fera ficou invisível ou arregou mesmo, e não compareceu à entrevista com Thiago Flores? O blog aposta que ele ficou invisível.
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