Seis pontos contribuíram para a vitória de Léo Moraes em Porto Velho

Inegável a capacidade do prefeito eleito de Porto Velho, o ex-deputado federal Léo Moraes (Podemos), em conduzir bem uma campanha eleitoral. Inegável também que uma série de fatores contribuíram para a vitória, e Léo soube se articular bem dentro disso. Pelo menos seis pontos contribuíram para que ele avançasse na preferência dos eleitores.

No segundo turno, veio à tona um vídeo do vereador eleito Jeovane Ibiza (Agir), sem camisa, todo tatuado e aparentemente fazendo apologia ao uso de maconha. E depois, um vídeo de Ibiza abraçado com a então candidata Mariana Carvalho (UB). Pegou muito mal. Mariana começou a cair.

Acontece que, pelo que consta Ibiza não é traficante, e também não é ligado a nenhuma facção. Ele tinha gravado o vídeo somente com a intenção de que o material viralizasse mesmo. Falava com a galera jovem. Sim, por mais incrível que pareça, em alguns conjuntos habitacionais existem jovens que curtem esses papos.

Depois começaram a circular áudios atribuídos a dois assessores, dizendo que o deputado federal Mauricio Carvalho (UB-RO) seria o próximo governador de Rondônia. Em qualquer circunstância, Mauricio seria um candidato forte. Mas com Mariana Carvalho prefeita, seria um candidato fortíssimo.

Isso desagradou assessores do primeiro escalão do governo. Todo mundo sabe que o candidato do governo não será Mauricio. Alguns assessores do governador já pediam voto para Léo Moraes de forma velada, mas depois que os áudios apareceram, abraçaram a campanha dele abertamente. Na reta final o próprio governador se recolheu, para tratar de um problema nos olhos.

Após os áudios circularem, falando de uma eventual candidatura de Mauricio Carvalho ao governo do estado, houve outro ponto a ser considerado: a Caerd começou a esburacar as ruas de Porto Velho mais do que nunca. Isso desagrada o eleitor. O mesmo eleitor que reclama da falta de drenagem também reclama quando o asfalto é quebrado para colocar a drenagem.

O deputado federal Fernando Máximo (UB-RO) abraçou a campanha de Léo Moraes. O parlamentar está de malas prontas para sair do União Brasil e ir para o Podemos. E no segundo turno Fernando agia como se ele próprio fosse o candidato, mobilizando muita gente. Um reforço e tanto.

Depois disso, na Semed houve uma rebelião de servidores, descontentes com a secretária. Isso porque foi espalhado que, se Mariana fosse eleita, a secretária permaneceria. Vieram à tona denúncias de favorecimento de um grupo político na Semed, e os servidores começaram a dar nome aos bois. A maior parte dos que não têm cargos de confiança abraçaram Léo Moraes.

Nessa situação já estava claro que Léo Moraes venceria, mas então veio a cereja do bolo. Choveu forte em Porto Velho, às vésperas da eleição. Coisa que acontece poucas vezes no ano, e Léo gravou um vídeo que viralizou. Muito bem feito. As cenas do então candidato andando na rua com água até as canelas se espalharam.

Menos de uma hora depois o prefeito Hildon Chaves (PSDB) gravou um vídeo mostrando que a água já tinha escoado, mas aí então Inês já é morta. É claro que Léo Moraes não vai resolver o problema das alagações, de jeito nenhum. Ele poderá amenizar o problema, trabalho que já está sendo feito por Hildon Chaves.

Cidades grandes, com muito asfalto, alagam quando cai um grande volume de água em pouco tempo. São Paulo alaga, e lá não chove tão forte como em Porto Velho. É claro que depois a água escoa, e isso já acontece nos pontos mais críticos da capital de Rondônia.

Esses seis pontos ajudaram bastante, mas Léo Moraes teve capacidade para se posicionar bem e ficar em pé de igualdade com Mariana Carvalho, até começar a virar, devido a fatores como esses.