Nos bastidores se diz que o modus operandi de Ruy Muniz seria tentar obter um financiamento junto ao BNDES, alegando que precisa terminar o Heuro, e depois é possível que desapareça com o dinheiro. Ele não é um reles trombadinha como alguns políticos ladrões de Rondônia
Há alguns meses, enquanto a construção do Hospital de Urgência e Emergência (Heuro) de Porto Velho se arrastava lentamente, era travada uma batalha judicial entre o Consórcio Vigor Turé e o antigo dono do terreno, que havia levado calote. A Vigor não pagava e ainda tentava transitar na prefeitura, para evitar que a Secretaria Municipal de Regularização Fundiária (Semur) suspendesse a licença para a execução das obras.
No dia 8 de novembro de 2023, quando todos esperavam que as obras estivessem de vento em popa, foi dada a sentença judicial, após um acordo entre as partes, tendo a Vigor Turé concordado em pagar o que era devido. O Entrelinhas teve acesso à sentença.
A Vigor Turé começou a pagar as parcelas, mas ainda não terminou. Nesse meio tempo a prefeitura de Porto Velho teve que ingressar na Justiça contra o antigo proprietário, no nome de quem está o terreno onde está sendo construído o Heuro. Era devido R$ 160.671,11 de IPTU, de diversos anos.
Isso foi objeto de discussão entre a Vigor Turé é o antigo proprietário. O Consórcio não queria pagar, por entender que isso era obrigação do antigo dono. O antigo dono não queria pagar, pois entendia que já estava levando calote da Vigor Turé. O consórcio acabou pagando, caso contrário a obra seria paralisada pela prefeitura.
O contrato tinha sido assinado com a Vigor Turé pelo então secretário de Estado da Saúde, o hoje deputado federal Fernando Máximo, após uma licitação feita na Bolsa de Valores, devido ao custo da obra, de centenas de milhões de reais. O sistema de contrato é o chamado built to suit, onde a empresa constrói e depois aluga o prédio para o poder público. O aluguel valeria por 30 anos.
O Tribunal de Contas do Estado agiu. Deu um “carão” em Fernando Máximo, citando que ele autorizou a contratação da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo por R$ 890 mil, para que fossem feitos estudos sobre a obra, sendo que a fundação apresentou desempenho inferior ao que justificasse o custo. Isso quando estava sendo viabilizado o contrato com a Vigor Turé.
Também levaram um “carão” o secretário da Semur e o adjunto, porque a licença da obra estava vencida. Isso foi em 3 de junho de 2023. O blog apurou que, apesar disso, a Semur ainda demorou a se movimentar para que a obra fosse paralisada, devido ao clamor popular, fato reconhecido também pelo corpo técnico do TCE.
Aparentemente o pessoal da Semur levou “carão” e ainda teve paciência de esperar, para ver se o pessoal da Vigor Turé tomava jeito, o que não acabou acontecendo. Como a escritura do terreno não foi apresentada, a obra foi paralisada. A Vigor Turé não tem a escritura porque ainda não pagou todas as parcelas do terreno. O pessoal da Semur teve toda a paciência possível, mas pelo jeito, paciência tem limite.
Ruy Muniz
O Blog Entrelinhas apurou que dificilmente a Vigor Turé tomará jeito, porque por trás do consórcio está o político mineiro Ruy Muniz. Quem quiser saber mais sobre ele pode pesquisar na Wikipédia. Coloquem o nome dele que aparece o histórico, que lembra mais uma ficha corrida.
Ele iniciou a carreira de supostos crimes fraudando o Banco do Brasil. Foi preso, mas depois que saiu da cadeia se filiou ao PT e virou deputado federal. Depois foi prefeito em Montes Claros. É acusado de desviar R$ 100 milhões de recursos públicos, da entidade chamada Soebras, que administrava com a família.
Segundo foi apurado, políticos ladrões de Rondônia não passam de trombadinhas, se comparados a Ruy Muniz. De acordo com o modus operando do político, conforme o que circula nos bastidores políticos, o próximo passo seria conseguir um financiamento no BNDES para terminar o Heuro. E ainda de acordo com o que circula, se ele conseguir isso e possível que desapareça com o dinheiro.
A obra é aguardada com ansiedade pela população, que já não aguenta mais a estrutura do Pronto Socorro João Paulo II. A assinatura do contrato estava nas mãos do então secretário da Saúde, Fernando Máximo. Fernando, pelo jeito, foi enganado por Ruy Muniz.
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