A empresa aumentou o capital social de R$ 1 mil para R$ 44 milhões, ainda a integralizar, aparentemente para enganar o fisco
Produtores rurais de Rondônia estão se acostumando com calotes aplicados por frigoríficos, por isso a ação do grupo El Toro está causando preocupação em Rolim de Moura. Isso se deve ao aumento do capital social da empresa e também ao atraso no pagamento aos fornecedores.
O El Toro chegou recentemente em Rolim de Moura, arrendou uma planta frigorífica e começou comprando gado a vista, mas depois passou a comprar a prazo dos produtores rurais, e agora já está com o pagamento três dias atrasado. O atraso gerou desconfiança.
O frigorífico ainda emitiu uma nota para tentar explicar a razão no atraso do pagamento aos criadores, alegando que dinheiro ficou retido devido a problemas burocráticos junto ao Banco Central (Bacen). Na nota, são usados termos técnicos para dizer que a El Toro está agindo para “liberação e parametrização das transações financeiras entre a matriz e a empresa no Brasil”. A tradução é que não há dinheiro para pagar pelo gado abatido.
Para aumentar ainda mais a suspeita dos produtores de Rolim de Moura, o capital social da empresa era de R$ 1 mil quando o El Toro começou a funcionar, mas foi aumentado para R$ 44 milhões, a integralizar.
Acontece que os proprietários da El Toro não integralizaram nada, ficando somente na promessa, em uma aparente jogada para enganar o fisco.
Com a descoberta, os produtores rurais de Rolim de Moura estão com medo de um novo calote, já que isso aparentemente está se tornando comum em Rondônia.
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