Não há nada para justificar o golpe praticado por diretores supostamente ligados ao parlamentar
Cinco diretores do Sindicato dos Policiais Penais e Agentes de Segurança Socioeducativos do Estado de Rondônia (Singeperon) afastaram o presidente, Clebes Dias, o Clebão. O motivo alegado é que ele é “de esquerda”, e estaria tendo divergências com o vice-presidente, que é “de direita”. A desculpa para o afastamento é absurda, mas o blog descobriu que tem caroço nesse angu, e o caroço estaria no gabinete do deputado Edevaldo Neves (Patriota).
O que teria ocorrido é que Edevaldo Neves descobriu que não teve o voto de Clebão quando concorreu a deputado estadual. O parlamentar é diretor de Patrimônio do Singeperon, e em um vídeo confessa que o afastamento ocorreu por divergências políticas. Os cinco diretores que afastaram Clebão seriam do grupo do deputado, que teria financiado a campanha da chapa na eleição sindical.
Na maior cara de pau do mundo, no vídeo Edevaldo Neves diz estar um pouco triste, citando que “colegas que tiveram essa divergência um com o outro, o presidente é de extrema esquerda e o vice-presidente é extrema direita, e teve dificuldade de ser gerido isso aí”.
Edevaldo não votou para o afastamento do presidente Clebão, porque nem foi preciso. No vídeo ele tenta usar o poder de deputado para dizer à categoria que isso (o afastamento) não vai interferir no Plano de Cargos e Carreira (que será votado na Assembleia Legislativa) e que isso não tem nada a ver com o governador (que precisa enviar o plano ao Legislativo).
Enquanto isso Clebão afirma, em outro vídeo, não reconhecer a legalidade de seu afastamento pela diretoria, em uma reunião de emergência. Ele disse que é “jogo sujo” e que “foi golpe”. Em um terceiro vídeo, ele mostra que dois pneus da caminhonete do Singeperon foram murchos, para evitar que ele fosse aos presídios contar à categoria o que está acontecendo.
O blog entrou em contato com Clebão. Ele disse não ser esquerda, admitiu que não votou em Edevaldo Neves e acrescentou que não fez nada de errado para ser afastado.
O blog também entrou em contato inicialmente com um assessor do deputado. O assessor explicou que algumas informações que estão circulando no aplicativo WhatsApp são de um adversário do parlamentar.
Por fim, o blog também entrou em contato com Edevaldo Neves. O deputado disse que não tem grupo dentro do sindicato, diante da pergunta de que seu grupo teria afastado o presidente. Ele alega que não queria que tal coisa acontecesse.
Edevaldo Neves também admitiu que Clebão não votou nele na eleição para deputado, e que ficou triste. “Fiquei triste mesmo, eu ajudei ele na campanha e ele não me apoiou. Falei foi na cara dele, lá no sindicato, mas nunca fechei a porta, nunca deixei de atender. Apoiei ele na primeira (vez) e na segunda não iria apoiar, isso eu não tenho medo de falar pra ninguém. Apoiei, votei, pedi voto e não tive o retorno, mas ele sabe que eu não tive nada a ver com isso”, citou.
O blog apurou que algum assessor do deputado foi verificar a seção onde Clebão vota, em Ariquemes, e viu que Edevaldo Neves não teve nenhum voto nela.
COMMENTS
Assembleia já, todos os sindicalizados precisam se unir e averiguar com urgência essa situação. Nós somos o sindicato e não somemte os integrantes eleitos por nós. O Presidente tem que voltar, que saia a Diretoria.
Esses cinco diretores agiram ilegalmente,tendo em vista que só pode afastar o Presidente por intermédio de uma Assembleia Geral ou por Ordem Judicial. CLEBÃO, PAU NELES.