Iuri Faria e Carlos Faria, os autores da ameaça, são sócios da Orizon no aterro sanitário, e querem anular a licitação vencida pela Marquise para recolher o lixo na capital. O advogado de Hildon Chaves, Bruno Valverde, também foi ameaçado
O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, foi ameaçado de morte pelo sócio da empresa Orizon Ambiental, Iuri Faria. A ameaça aconteceu nesta segunda-feira (29), no restaurante Paroca, logo após o prefeito ter participado de uma audiência de conciliação na Justiça sobre o caso da licitação vencida pela Marquise para o recolhimento de resíduos sólidos na capital.
O caso foi relatado ao Entrelinhas por uma fonte do blog que estava no restaurante.
O pai de Iuri Faria, Carlos Faria, que também proferiu ameaças de morte contra o prefeito, no restaurante Paroca, era dono do aterro sanitário. Acontece que os dois venderam 51% para a empresa Orizon, ficando com 49%. E a Orizon estaria de olho no contrato para a coleta de lixo na capital.
Houve um parecer do Tribunal de Contas do Estado para que a prefeitura anulasse a licitação vencida pela Marquise para o recolhimento de resíduos sólidos, mas Hildon Chaves não concordou com a decisão da Corte de Contas e a Justiça foi acionada. A ameaça de morte aconteceu logo após a audiência de conciliação.
Iuri disse a Hildon Chaves, de acordo com o que apurou o Entrelinhas, que não tem nada a perder, a não ser a vida dele, mas que ele aceitava trocar uma vida pela outra. Também disse que a partir do ano que vem o prefeito passaria a andar sem seguranças.
O caso é que o mandato de Hildon Chaves termina neste ano. Havia muitas empresas de olho no contrato para o recolhimento de resíduos sólidos em Porto Velho, e o prefeito passou a contrariar fortes interesses quando manteve o resultado da licitação feita pelo município.
A confusão só não foi maior no restaurante Paroca porque os seguranças de Hildon Chaves decidiram intervir assim que as ameaças de morte foram proferidas por pai e filho, e tiraram o prefeito de lá. Na confusão, o advogada de Hildon Chaves, Bruno Valverde, também foi ameaçado.
Logo em seguida, de acordo com a fonte do Entrelinhas, chegaram no restaurante o cunhado de Hildon Chaves, Cleberson Pacheco, e o superintendente de Comunicação da prefeitura, o jornalista Alessandro Lubiana. A fonte contou que Iuri e Carlos Faria foram falar com os dois e reafirmaram as ameaças contra o prefeito Hildon Chaves.
“O Hildon vai ficar sem mandato daqui a seis meses, e não vai ter segurança para proteger”, disseram. Pacheco e Lubiana, até então, não sabiam o que tinha acontecido. Eles se retiraram do restaurante sem responder a Iuri e Carlos Faria.
Pelo jeito o desespero pelo contrato da coleta de lixo tomou conta de alguns. Alguém que ameaça de morte, em público, o prefeito de uma capital, um promotor de Justiça aposentado, precisa ser parado imediatamente pelas forças de segurança. Se diz isso para uma autoridade como Hildon Chaves, imaginem o que podem fazer com um pobre mortal.
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