Parte da história do político e empresário Ruy Muniz pode ser encontrada no site Wikipedia
O Governo do Estado promoveu a licitação para construção do Hospital de Urgência e Emergência de Rondônia (Heuro) através da Bolsa de Valores, para que pudessem participar o maior número possível de empresas de grande porte. A empresa vencedora foi a Vigor Turé, que, de acordo com o que foi apurado pelo blog, nunca teve dinheiro para executar uma obra dessas.
Após vencer a licitação, a empresa comprou o terreno para construir o Heuro, mas pagou apenas a primeira parcela, instalando-se no local. Depois pegou o contrato de compra e venda e conseguiu a licença de construção na Secretaria Municipal de Regularização Fundiária (Semur). Como só foi apresentado o contrato de compra, a Semur deu um ano de prazo para que a Vigor Turé apresentasse a escritura.
Nesse meio tempo o dono da Vigor Turé teria chamado outros empresários que participariam da obra. Ele teria criado um fundo e colocado nele R$ 5 milhões. As demais empresas também colocaram um total de R$ 5 milhões. Explica-se: muitos serviços seriam terceirizados, como as centrais de ar, por exemplo.
Os donos dessas outras empresas teriam confiado no investimento, e teriam colocado dinheiro no projeto para receber quando o prédio estivesse pronto e fosse alugado para a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
Acontece que o dono da Vigor Turé teria rapado o cofre, sacando os R$ 10 milhões que estavam no fundo. Vale a pena lembrar que esse dinheiro seria apenas para começar o empreendimento, pois o prédio do Heuro custaria algumas centenas de milhões de reais.
Como aparentemente a Vigor Turé teria ganho a licitação para aplicar um golpe, nada foi construído, e quando estava vencendo o prazo dado pela Semur, representantes da empresa que realmente é dona do terreno procuraram a secretaria. Demonstraram que a Vigor Turé pagou apenas a primeira parcela, explicaram que já tinham recorrido à Justiça para retomar o terreno e ainda mostraram que a área está hipotecada.
A Semur, então, cancelou a licença que havia sido dada à Vigor Turé para a construção do Heuro, pois não foi apresentada a documentação exigida, no caso a escritura da área.
Que havia algo muito estranho envolvendo a construção do Heuro muita gente sabia, já que a obra simplesmente não começava. A equipe do blog demorou a encontrar o suposto “rolo”, porque estava procurando no lugar errado. Por isso mesmo as fontes do blog, que são boas, não encontraram irregularidades nem na Prefeitura de Porto Velho nem no Governo do Estado. O problema estava em outro lugar.
O dono
A Vigor Turé pertence ao político mineiro Ruy Muniz. Se você digitar o nome dele no Google aparecerá o site da Wikipedia, mas o blog pesquisou mais e encontrou outros detalhes.
Na Wikipedia, no início de sua biografia, consta que Ruy Muniz foi candidato a deputado em Minas Gerais em 1987, ficando como primeiro suplente do PT. O site diz o seguinte: “No ano seguinte roubou o Banco do Brasil junto com seu então comparsa, funcionário do banco…”
O blog apurou que na verdade não se tratou de roubo, e sim de fraude. O que não consta no site da Wikipedia é que Ruy Muniz seria parente do funcionário do banco, e que teria recomendado que ele não ostentasse.
Acontece que o funcionário do banco comprou uma moto potente, algo que seria o sonho da vida dele. Quando chegou com a moto no banco, o gerente imediatamente avisou a Polícia, pois o funcionário não ganhava o suficiente para a aquisição.
Preso, o bancário fez logo um acordo e contou o que teria acontecido, entregando ao banco a moto e o restante da sua parte do dinheiro. Acontece que ele ficou com pouca coisa. Em valores corrigidos, o valor desviado beira os R$ 20 milhões.
Ruy Muniz ficou mais de um ano preso no DOPS, e depois de cumprir a pena retornou a Montes Claros, em Minas, segundo relata o site Wikipedia. O que o site não diz é que não conseguiram recuperar a parte do dinheiro que supostamente teria ficado com Ruy Muniz.
O blog apurou que depois disso, aparentemente ele estava com mais dinheiro, pois sua carreira política deslanchou, e ele conseguiu se eleger deputado e depois prefeito, e ainda elegeu a esposa deputada federal.
Consta no site Wikipedia que, em 2008, Ruy Muniz foi investigado pela Polícia Federal, acusado de desviar R$ 100 milhões em um esquema da Soebras com ramificação em 22 Estados. Muniz teria utilizado a entidade, dirigida por ele e por seus familiares, para supostamente desviar recursos públicos, fraudar licitações e cometer supostos crimes eleitorais.
Ex-parlamentar
Ruy Muniz teria decidido desembarcar no Estado a convite de um ex-parlamentar de Rondônia. Quem quiser saber quem é esse ex-parlamentar é só pesquisar nas redes sociais dele. Até há poucos dias ainda havia muitas postagens das viagens dele a Minas Gerais.
Mas, internauta, procure ligeiro, pois o ex-parlamentar será avisado dessa matéria e vai apagar ligeiro as postagens nas redes sociais.
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