Euma ficou conhecida pelo quadro que apresentava na televisão patrocinado pela Ameron, onde aparecia uma vez por semana muito bem vestida. Isso condenou ao fracasso a estratégia de marketing do colete
Finalmente a pré-candidata do MDB à prefeitura de Porto Velho, Euma Tourinho, se livrou do colete horrível, que já deve ter sido devolvido ao advogado Breno Mendes. O colete é feio, mas combinava com o Breno. No caso de Euma, fica parecendo mais com uma fantasia de pobre, com uma tentativa de deixá-la parecida com o pessoal da periferia da capital.
O marqueteiro cabeça de bagre que pensou no colete não levou em conta que Euma Tourinho aparecia uma vez por semana na televisão, em um quadro patrocinado pela Ameron, muito bem vestida, para dar dicas sobre Direito. O que levaria uma juíza ocupada a disponibilizar tempo e dinheiro para ir toda semana a um programa de televisão? A vontade de ser conhecida pelo público, é claro. E a imagem que ela passou foi a de uma mulher rica e muito bem vestida.
O colete acabou descaracterizando a pré-candidata. Quanto às roupas, é interessante olhar o caso de Ieda Chaves, a elegância em pessoa. Ela vai daquele jeito à periferia. Há algum tempo um funcionário do Entrelinhas encontrou uma jovem, em um comitê eleitoral, em uma cadeira de rodas elétrica, um equipamento caríssimo. Mesmo naquela condição, ela se oferecia para trabalhar como voluntária na campanha.
Para a jovem, era Deus no céu e Ieda Chaves na terra. Ela contou que há algum tempo precisava de uma cadeira de rodas, de algo simples, e ficou sabendo que Ieda Chaves estava no bairro. Foi levada até Ieda nos braços de parentes. Ganhou a cadeira elétrica, mas não só isso. Ieda Chaves lhe conseguiu um emprego, com um empresário amigo de Hildon Chaves. E depois ainda lhe conseguiu uma bolsa em uma faculdade. E tudo isso, muito bem vestida. Ela usa o salário de Hildon para atender causas sociais. Olhem também como Hildon Chaves se veste.
Olhem o ex-senador Acir Gurgacz, que não tem receio nenhum em chegar em um bairro da periferia usando roupas de grife, muitas vezes compradas na Itália, e em um carro importado. Ele demonstra estar à vontade em casa de pobre. E quando Acir aperta sua mão, é olhando em seus olhos. E quando faz um compromisso, ele cumpre. A palavra dele tem valor, não importa a roupa que esteja usando.
Agora, quem chega fantasiado de pobre pode ter problemas. Pobre é f#od#. Se pobre vê um candidato parecido com ele, entrega logo uma criança catarrenta, e quem não tem costume enfrenta dificuldades. O blog já disse que, o melhor que Euma Tourinho pode fazer, é tirar o catarro com os dedos, chacoalhar forte as mãos para tirar o excedente e depois limpar as mãos na roupa da criança. A roupa provavelmente já estará suja, por isso o pobre nem vai ligar.
Resolvida a pendenga do colete, falta a questão da garrafinha de água. Pega mal a pré-candidata andar com a garrafinha, pois parece que tem nojinho de beber água na casa de pobre. O blog também já recomendou que deixe a garrafinha no carro, e beba quando pobre não estiver olhando. Na casa de pobre, beba café, pois a água já foi fervida e o que tinha de bactérias já morreu.
E pobre costuma quase encher o copo de café. Tem o caso do ex-deputado estadual Ronilton Capixaba. Ele já tinha tomado pelo menos o equivalente a 15 copos cheios, e não aguenta mais ver café. Chegou em uma casa na área rural de Ouro Preto do Oeste e… mais café. E dessa vez foi servido em uma xícara muito diferente.
Em um momento em que nenhum dos pobres estava olhando, segurando pela alça, ele jogou o conteúdo pela janela. O problema é que a xícara foi junto, pois não tinha alça. A alça fazia parte de um adorno metálico, e a xícara de cerâmica ficava dentro. Ronilton Capixaba raciocinou rápido, pulou na cadeira e fez o gesto de que estava jogando para trás a xícara que não estava mais no suporte.
– Uma caba me ferrou – gritou Ronilton.
Para lidar com pobre, é preciso ter raciocínio rápido. Agora que se livrou do colete, se dispensar também a garrafinha Euma Tourinho tem mais chances de ir para o segundo turno.
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