Fiscal do Povo: mentiroso e envolvido com rachadinha, ele dizia que vagabundos são os outros políticos

Quando ele chegava usando a jaqueta preta com os dizeres “Fiscal do Povo”, todo mundo sabia que viria confusão. O cara dava uma de doido, esculhambando com tudo mundo e chamando os políticos de vagabundos. Na boca dele, ninguém prestava. Somente prestavam ele, a família dele e os políticos que supostamente davam dinheiro para ele.

Em Ariquemes muito gente vai logo pensar que o blog está citando alguém lá da cidade, mas não é nada disso. Esse que foi descrito é o deputado federal André Janones (Avante-MG), o Fiscal do Povo original. É claro que ele tem imitadores, sendo que aparentemente um deles é de Ariquemes.

O caso é que o método utilizado por André Janones deu resultado. Em geral, pessoas que têm alguma dificuldade para racionar gostam de quem dá uma de doido, e acabam votando nele. No caso de Janones, ele se tornou advogado. Está claro que o deputado tem cultura, ao contrário de alguns imitadores baratos. Novamente, ao contrário do que muita gente pode estar pensando, aqui não está se falando de Ariquemes. Ainda não.

Também são de Janones os dizeres #pracimadeles e #tamojunto. Nesse ponto os imitadores mudam um pouco os dizeres, provavelmente para que a cópia não seja tão descarada. A equipe do blog agradece ao professor Herbert Lins por lembrar um pouco da situação de Janones e citar o “Fiscal do Povo” de Ariquemes. O professor Herbet Lins escreve a coluna “Falando Sério”, publicada no site Rondoniadinamica.

Janones enfrenta problemas e pode perder o mandato de deputado federal. O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou processo de cassação, devido à denúncia de rachadinha. Ele foi gravado pedindo para que funcionários arcassem com suas despesas pessoais.

Ele também era pré-candidato a presidente da República, mas desistiu para apoiar Lula. Antes disso ele tinha dito que não era favorável nem a Lula, nem a Bolsonaro, e garantiu que não apoiaria nenhum dos dois. Pelo jeito a palavra dele vale tanto quanto uma nota de três reais.

É claro que o Fiscal do Povo de Ariquemes não tem o preparo de Janones, apesar de aparentemente ter se inspirado nele. O deputado federal, conhecedor da lei, jamais pularia a janela de um prédio da prefeitura e faria uma live, produzindo provas contra si.

Como aparentemente toda panela tem sua tampa, o Fiscal do Povo de Ariquemes encontrou um aliado: o deputado Delegado Camargo (Republicanos). Camargo era considerado o deputado que mais dava uma de moralista em Rondônia, mas isso acabou caindo por terra.

Camargo já reclamou quando falaram do seu salário como deputado. Na ocasião, não tinham apresentado o contracheque dele. Por conta disso, o Entrelinhas sempre coloca o contracheque do Delegado quando fala do salário dele. Está aí o de fevereiro.

Camargo contratou para seu gabinete Edvaldo Carlos Pereira, que seria proprietário de um forró na cidade de Monte Negro, e é pai do polêmico Fiscal do Povo de Ariquemes, o vereador cassado Rafael é o Fera. Fera pai recebe mensalmente R$ 6.366,01 e Fera filho esculhamba adversários políticos do Delegado Camargo.

Os dizeres na arte publicada com as imagens de Rafael é o Fera e Delegado Camargo viraram motivo de piada em Ariquemes: “Juntos Podemos endireitar Ariquemes”. O Podemos é o partido do Fiscal do Povo de Ariquemes. Dizem que eles estão começando a endireitar a vida deles primeiro. Camargo com o salário de deputado, por exemplo. Povo brincalhão, né?

É bom lembrar que Camargo cobra muito dos outros, mas de vez em quando demonstra que não olha para si. Uma postagem em seu perfil no Instagram critica esquerdistas, e cita o seguinte: “Quem gosta de marginal faz barulho”. Acontece que Delegado Camargo é um dos deputados mais barulhentos que existe na Assembleia Legislativa. Prestem atenção nos discursos inflamados dele.

E circula em Ariquemes que o pai do Fiscal do Povo seria fantasma no gabinete de Delegado Camargo. Isso porque ele já foi fotografado de bermuda, em horário de expediente. E olhem que Camargo era daqueles que cobrava a correta aplicação de recursos públicos. Isso enquanto dava uma de moralista. O Fiscal do Povo de Ariquemes também cobrava isso. Mas foi antes de o papai ser nomeado no gabinete de Camargo.