Enquanto Ribeiro briga por um aumento igualitário para todos, tabela de reajuste permanece guardada a sete chaves
A votação do projeto mais importante do ano para as forças de segurança está prestes a acontecer, em meio a muita confusão na Assembleia Legislativa, por conta de dois parlamentares: Ribeiro do Sinpol (Patriota) e Delegado Rodrigo Camargo (Republicanos). No momento os dois travam uma queda de braço interna.
Delegado Camargo, que tem desenvolvido muito bem o trabalho de oposição ao governo, teria obtido informações sobre o PCCS e já avisou que não concorda com diversos pontos. Se o projeto não for aprovado, para ele será uma vitória e tanto e o parlamentar poderá crescer politicamente.
De outro lado está o deputado Ribeiro do Sinpol, explicando que, se o projeto não for votado neste ano não haverá reajuste salarial em 2024, penalizando policiais civis e militares, policiais penais, bombeiros militares e socioeducadores.
O que se vê entre os dois é um jogo de forças que há algum tempo não se verificava na Assembleia Legislativa. O mais interessante é que os dois são da Polícia Civil, mas no momento as armas que ambos utilizam são a palavra, o poder de convencer os nobres colegas e o poder do voto em plenário.
A atuação do deputado Delegado Camargo, em se tratando de política, é uma coisa boa, porque obriga o governo a ter mais cuidado com suas ações, pois existe fiscalização apurada na Assembleia Legislativa. O trabalho de oposição ao governo está mais do que correto para quem deseja crescer perante uma fatia considerável de eleitores.
Do outro lado o deputado Ribeiro do Sinpol afirma que esse não é o momento de se fazer oposição, porque crescer politicamente dessa forma resultará em deixar as forças de segurança sem aumento de salário por pelo menos mais um ano.
Os dois estão acompanhando o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) que está em fase final de gestação no governo. A “criança” deverá chegar à Assembleia Legislativa provavelmente na próxima quarta-feira (13).
Um trunfo do deputado Delegado Camargo pode ser o pedido de vistas ao projeto que será enviado pelo governo. Caso ele consiga impedir a votação, vai “melar” tudo, e o parlamentar poderá passar o próximo ano batendo no governo, explicando a razão de ter impedido a votação.
Do outro lado, o deputado Ribeiro deverá explicar na sessão que, como a despesa não será inserida no Orçamento por conta de um pedido de vistas, nada de aumento salarial para o próximo ano, o que prejudicará a categoria.
A estratégia do governo em manter o projeto de lei que trata do PCCS das forças de segurança guardado a sete chaves seria justamente para impedir que a oposição comece a fazer barulho imediatamente, interferindo assim na apresentação da matéria. Para a oposição seria uma grande vitória se essa norma passasse a ser amplamente discutida e não houvesse tempo hábil para votação neste ano. Se diria que o projeto não foi votado por ineficiência do governo, e não por culpa da oposição.
Como a conversa está espalhada é de se esperar que na sessão de quarta-feira as galerias novamente sejam tomadas por servidores das forças de segurança. Também é de se calcular que, se o projeto encaminhado pelo governo for considerado satisfatório pelos presentes, a vaia para quem pedir vistas será estrondosa. Será melhor reforçar a segurança interna, pois gente das forças de segurança pode se revoltar com o sepultamento do aumento salarial.
COMMENTS