Dra Taíssa, chamada nos bastidores de ‘Ana da 8 de Deproma’, chegou a perguntar a Luizinho Goebel sobre como ela deveria votar
Após a confusão toda causada pelo aumento da alíquota do ICMS em Rondônia de 17,5% para 21%, a Assembleia Legislativa aprovou na noite desta terça-feira (31) o projeto do governo reduzindo o percentual para 19,5%. Apenas o deputado Delegado Camargo (Republicanos) votou contra a redução. O que parece ter confundido a cabeça de alguns parlamentares é que a alíquota de 21% já havia sido aprovada e publicada no Diário Oficial. O que estava em votação, portanto, era a redução.
O Professor Raimundo, quer dizer, o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Cruz (Patriota) teve alguma dificuldade em abrir a sessão devido à gritaria nas galerias. O ex-deputado Jesuíno Boabaid estava com um megafone defendendo uma alíquota maior do ICMS e também o aumento salarial das forças de segurança.
Como a Dona Capitu, quer dizer, a deputada Dra Taíssa (PSC), estava falando alto, acabou levando “um pito” do Professor Raimundo, quer dizer, do presidente Marcelo Cruz, que a mandou “se conter”. Olha o vídeo.
Nos bastidores políticos, Dra Taíssa está sendo chamada de “Ana da 8 de Deproma”. O motivo do apelido seria porque Dra Taíssa, tal como Ana da 8, algumas vezes tem aparentando certa dificuldade em entender o que está sendo votado, a exemplo do que aconteceu nessa sessão. Daqui a pouco tratamos das confusões.
Após o secretário de Estado de Finanças explicar que itens básicos não serão afetados pela nova alíquota do ICMS, alguns representantes de empresários falaram. O mais emplumadinho chegou a dizer que a alíquota deveria ser mantida em 17,5% e que os deputados deveriam ouvir os empresários, que doam dinheiro para as campanhas eleitorais.
A gritaria foi grande, juntamente com as vaias. As galerias estavam lotadas de policiais civis, que vieram a Porto Velho de Vilhena a Guajará-Mirim, de policiais militares e bombeiros fardados. Jesuíno Boabaid já havia dito que haveria greve das forças de segurança, caso o índice do ICMS ficasse em 17,5%, porque a elevação é necessária para aumentar os salários de policiais civis e militares, bombeiros militares, socioeducadores e policiais penais.
E o emplumado vem dizer que os empresários devem ser ouvidos porque doam dinheiro para político fazer campanha eleitoral. Pela falta de tato, mereceu cada uma das vaias que levou. Enquanto isso o Professor Raimundo pedia pacientemente ordem na classe. Quer dizer, enquanto isso o deputado Marcelo Cruz pedia para a galera não se manifestar. Só faltou o presidente dizer: “Deixem ele falar primeiro. Depois vocês vaiam”.
O deputado Delegado Camargo apresentou um projeto anulando a lei que aumentou a alíquota de 17,5% para 21%. Reclamou do que chamou de pseudos jornalistas que disseram que o projeto é inconstitucional e mostrou no telão que projetos assim podem ser apresentados. Mas, no telão, estava especificado que pode ser apresentado no Senado e na Câmara Federal.
O parecer coube ao deputado Ribeiro do Sinpol (Patriota), que triturou o projeto, taxando-o de inconstitucional e dizendo que somente o Executivo pode encaminhar projetos de lei tratando de impostos. O deputado Delegado Camargo ainda argumentou, mas o deputado Ismael Crispim (sem partido) disse que Ribeiro do Sinpol tinha razão. Crispim é conhecido por falar com embasamento.
Depois o deputado Ribeiro pediu novamente a palavra e disse mais ou menos assim: “Deputado Rodrigo Camargo, o parecer é meu…”. Parece que queriam lhe tomar o parecer, mas ele não deixou. Foi muito aplaudido pelos policiais civis da galeria, mas ele se tornaria o herói da noite para a categoria somente depois. O projeto foi sepultado, com somente três votos a favor.
Novamente Ribeiro do Sinpol foi relator de uma emenda do deputado Luizinho Goebel (PSC), ao novo projeto que passava o índice do ICMS de 21% para 19,5%. Na emenda, Luizinho baixava o índice para 17,5%. E a emenda foi apresentada embaixo de vaias. O relator foi contra, seu parecer foi aprovado com três votos contrários e a emenda também foi sepultada.
E novamente o deputado Ribeiro foi relator do projeto encaminhado pelo governo, que baixou o índice de 21% para 19,5%. Então houve muita confusão por parte de alguns deputados. Quem entendia o que estava acontecendo ria mais do que na época do programa da Escolinha do Professor Raimundo. E então, perante os policiais civis, Ribeiro do Sinpol virou o herói da noite.
Marcelo Cruz disse que estava esperando as manifestações de todos os deputados, porque foi acusado recentemente de apressar a votação. Nisso o deputado Delegado Camargo começa a falar: “Vota Taíssa. Vota Taíssa. Vota Luizinho”.
O deputado Ismael Crispim não se conteve: “Presidente, eu quero saber quem está presidindo a sessão”. O deputado Marcelo Cruz pergunta: “Como assim, deputado?”.
Ismael Crispim emenda: “É que o deputado Rodrigo Camargo está mandando que outros deputados votem. Quem está presidindo? O senhor ou ele?”. A galera ria.
Em outro momento, Dona Capitu, ou melhor, Dra Taíssa perguntou ao Professor Raimundo, ou melhor, ao deputado Marcelo Cruz o que estava sendo apreciado e o presidente explicou. Ela aparentemente estava perdida.
Depois, ela começou a chamar o deputado Luizinho Goebel, enquanto lhe fazia sinais. Com os gestos ela parecia estar perguntando: “E aí? Como eu voto?”. É por isso que ela também começou a ser chamada, nos bastidores políticos, de “deputada caronista”. Teria alguma coisa a ver com pegar carona.
Então foi colocado em votação o projeto do governo, reduzindo a alíquota do ICMS de 21% para 19,5%, e Marcelo Cruz disse para os que fossem favoráveis, que permanecessem como estavam e os que fossem contrários se manifestassem. O deputado Delegado Camargo foi o único que votou contra. Na verdade, dessa forma ele votou contra a redução da alíquota. Não se sabe se foi um protesto ou se ele ainda estava pensando que era para aumentar a alíquota de 17,5% para 19,5%. Na verdade a alíquota já estava em 21% desde que foi publicada no Diário Oficial.
O deputado Laerte Gomes (PSD) agiu como o Ptolomeu da Escolinha do Professor Raimundo, aquele personagem de terno que ensinava os demais.
“Gente, quem se manifestar estará votando para que a alíquota permaneça em 21%. Quem permanecer como está vai votar para que a alíquota baixe para 19,5%”, explicou Ptolomeu, quer dizer, explicou o deputado Laerte.
Ainda bem que o deputado Laerte Gomes avisou. Que situação. Lembrou aquela estória da mãe que foi ver o filho marchar, e depois foi reclamar ao comandante, dizendo que somente o filho dela estava marchando certo, e todos os outros estavam marchando errado.
Injustiça
No meio disse tudo, o blog registra uma injustiça com o deputado Delegado Camargo. Circulou através do aplicativo WhatsApp um meme colocando o parlamentar como o Seu Boneco, da Escolinha do Professor Raimundo, devido aos gastos com alimentação.
Ocorre que o parlamentar promove treinamentos com sua equipe a cada três meses. O gasto com alimentação é com a equipe dele, mas os “memeiros” não perdoam.
Ao final, Delegado Camargo conversou bastante com o deputado Laerte Gomes. Delegado Camargo disse, em público, que assim é o parlamento, onde deputados têm opiniões diferentes mesmo.
Comemoração
Em grupos de WhatsApp de policiais civis os agradecimentos ao deputado Ribeiro do Sinpol são muitos. Ele também agradeceu ao comparecimento em massa da categoria e disse que vai acompanhar o projeto do aumento de salário às forças de segurança
Blog
A equipe do blog explica que se divertiu muito, pois há algum tempo não acontecia uma sessão que proporcionasse tanto riso.
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