Senador Bagattoli e o presidente Lula têm algo em comum: a prova estava nos autos e o processo foi extinto
Ao contrário do que dizem setores da imprensa paga pelo senador Jaime Bagattoli (PL-RO), ele não foi inocentado pelo TRE. O blog teve acesso à degravação notarial de conversas através do aplicado WhatsApp mostrando que R$ 100 mil foram repassados ao candidato a deputado federal Tiziu Jidalias, e que os gastos não foram contabilizados na campanha. A pena para isso pode ser perda de mandato.
O senador não deveria comemorar, e sim ficar envergonhado, pois ele está na mesma situação do presidente Lula (PT), que Bagattoli tem criticado. O crime praticado na campanha do senador persiste, embora tenha se extinguido a ação, pois o PSDB não era parte legítima para ter ingressado com a ação judicial.
A Justiça Eleitoral ter julgado que houve irregularidade processual grave não extinguiu os fatos, que estão nos autos do processo. O Judiciário nem verificou se a prova é verdadeira, pois a preliminar disse que não há legitimidade ativa para o PSDB apresentar a denúncia. A prova do crime está viva e sobrada nos autos.
Bagattoli, dessa forma, vai para a mesma vala onde os bolsonaristas, maioria esmagadora em Rondônia, colocam o presidente Lula, devido à semelhança do ocorrido, embora em situações completamente diferentes. A semelhança é que embora tenham provas sobradas dos crimes, os processos dos dois foram extintos.
Na denúncia consta que R$ 100 mil foram entregues durante a campanha de Bagattoli para o candidato Tiziu Jidalias. Os valores não foram contabilizados, pois em sua prestação de contas o senador declarou ter gasto R$ 3.169.611,22, ou seja, menos de R$ 7 mil abaixo do limite permitido, que é de R$ 3.176.572,53. Se os R$ 100 mil tivesse sido declarados o teto teria estourado e ele estaria fora do Senado.
Acompanhe a conversa entre parentes do senador e o empresário apelidado de Tito, sobre o dinheiro não declarado:
Geovane Bagattoli: Oi Tito. Boa tarde. Geovane aqui. Genro da Sandra Melo e do Bagattoli. Se você tiver em Porto Velho me avisa. Preciso conversar com você.
Tito: Boa tarde. Estou indo pro interior. Volto na segunda. Aí Falamos.
Geovane Baggatoli: Ok. Boa viagem.
Geovane Baggatoli: Oi Tito. Bom dia. Tá em Porto Velho?
Tito: Bom dia. Estou em Candeias, indo pro interior.
Tito: Bom dia Geovane. Falei com a Sandra, mas ela ainda não me respondeu. Estou preocupado com aquela situação dos 100 mil que foi arrumado p campanha do Tiziu. Tô preocupado pois acho que ele tem que devolver. Se ele não devolveu vou falar com ele p cobrar isso.
Geovane Bagattoli: Ele já respondeu pra sogra que não vai pagar. Complicado.
Tito: Poxa vida, mas o dinheiro foi arrumado, da campanha, você sabe disso e eu também. As coisas não são assim. Ele precisa devolver. Se a Sandra me autorizar, vou falar com ele pra ele devolver.
Geovane Bagattoli: Tá autorizado já, Tito. Nós já estamos sem esperança, pra ser sincero.
Tito: Ok. Vou tentar falar com ele. Abs.
Geovane Bagattoli: Veja o que você conseguir já será uma vitória.
Geovane Bagattoli: Tito, a sogra pediu pra deixar quieto isso aí. Precisa mexer não.
Depois disso há a degravação notarial da conversa com Sandra Baggatoli.
Sandra Bagattoli: Boa noite. Preciso que devolvam o recurso, se possível amanhã. Grata.
Tito: Boa noite, Sandra. Já falei isso hoje pro Carlos Magno e pro Tiziu.
Sandra Bagattoli: Na mesma conta.
Consta que o dinheiro teria sido repassado para Tiziu Jidalias, mas não teria sido gasto da forma como o senador Jaime Bagattoli queria, por isso a família estava cobrando.
O senador Jaime Bagattoli tem se pautado por discursos contra o Supremo Tribunal Federal (STF), a quem acusou de estar iniciando a implantação do comunismo no Brasil, e também contra ministro da Suprema Corte. Considerado um senador com mandato medíocre devido à sua atuação, ele não trouxe recursos para o Estado.
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