Em meio à investigação e julgamento envolvendo Marcos Rocha, parlamentares não querem o governador viajando
Um grupo de deputados aceitou conversar com o blog sobre a crise entre o CPA e a Assembleia Legislativa. De acordo com os parlamentares a atual legislatura é diferente da anterior, porque o Executivo não tem mais maioria, pois muitos deputados governistas não se reelegeram e agora o Legislativo não tem mais o rabo preso com o Executivo.
No passado o governo já teve autorização para remanejar até 100% do Orçamento, mas agora o percentual está em 10%. Os deputados explicam que isso é necessário para que possam verificar o que está acontecendo, e lembram que se a fiscalização tivesse sido mais rígida não teriam ocorrido tantos desvios de recursos durante a pandemia de coronavírus.
Um fato acentuou a crise entre Assembleia e governo. Nessa viagem do governador Marcos Rocha (União Brasil), o governador em exercício implantou mais 50 cargos de confiança na Casa Civil. Está no Diário do Estado. Enquanto isso os parlamentares esperavam pelas Mensagens pedindo autorização para remanejamento de recursos.
Sem o remanejamento o governo não poderia pagar os servidores, mesmo com dinheiro em caixa. Como o Executivo demorou a encaminhar as Mensagens, o salário atrasou, algo que não acontecia há mais de 20 anos. Os deputados se irritaram, por entenderem que, se houve tempo para implantar mais 50 cargos na Casa Civil, também houve tempo para evitar o atraso no salário. Era só ter enviado antes as Mensagens à Assembleia.
O grupo de parlamentares ouvido pelo blog afirmou que o governo não ficará mais sem fiscalização, e disse que o governador Marcos Rocha não deveria ficar viajando nesse momento, devido aos fortes rumores de que haverá de uma operação da Polícia Federal por conta de desvio de recursos durante a pandemia e também devido ao julgamento de duas ações na Justiça Eleitoral, que podem cassar a chapa vencedora da disputa do ano anterior, gerando uma nova eleição para o governo de Rondônia.
É claro que há outras coisas. É voz corrente que secretários do governador não respeitam mais os deputados em suas regiões, e agem por conta própria, já que o governo não precisava pedir autorização para remanejar recursos e não era fiscalizado. O grupo de parlamentares lembra que também há rumores de que o vice-governador quer assumir o governo, e enquanto isso o governador fica viajando.
Esses mesmos parlamentares dizem que a possibilidade de o governador cair é real, tanto que ele não tem mais o apoio de deputados federais, que não o acompanham em reuniões em Brasília. Estaria havendo um complô interno, no âmbito do próprio governo, para acelerar essa queda, mas Marcos Rocha não estaria percebendo.
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