O governador se movimentou, recebendo um voto de confiança até mesmo de seu mais inteligente opositor, o deputado Luizinho Goebel
Que o Executivo e o Legislativo de Rondônia não estavam falando a mesma língua, muita gente já sabia, tanto que projetos considerados importantes pelo governo não seriam votados neste ano. O presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Cruz (PRTB) bem que convocou uma sessão extraordinária para a manhã desta segunda-feira (30), mas ela acabou sendo esvaziada por forças ocultas.
O governador Marcos Rocha (União Brasil) entrou em campo e passou a tratar com os deputados, o que não foi muito fácil. Ele chamou inicialmente aliados de primeira hora, como os deputados Cirone Deiró (União Brasil) e Ribeiro do Sinpol (PRD).
Marcos Rocha pediu aos dois que ajudassem o líder do governo, Laerte Gomes (PSD), porque diversos deputados estavam irredutíveis. Aliás, por falar em Laerte, a partir de fevereiro ele passa a ser o vice-presidente da Assembleia Legislativa e por isso não poderá mais ser o líder.
Não será fácil para o governo encontrar um líder com a capacidade de articulação de Laerte Gomes, mas ao que tudo indica as opções são Cirone Deiró e Ribeiro do Sinpol. Isso se vê porque foram os primeiros a serem chamados pelo governador para ajudar na aprovação dos projetos.
O presidente, Marcelo Cruz, fazia a parte dele. Agora, com a sessão sendo esvaziada, ficava muito difícil para o governo. Depois disso, o deputado Jean Oliveira também passar a ajudar nas articulações. Jean é peso pesado.
Os principais projetos envolviam remanejamento de recursos para pagamento de contratos com fornecedores, de servidores e de horas extras nas secretarias da Saúde e da Educação. A PM também estava em situação difícil, sem possibilidade de ronda rural e de ronda no final do ano, tudo por conta do remanejamento orçamentário. Dinheiro tem, mas não havia como gastar.
Na Polícia Civil não houve esse tipo de problema porque o deputado Ribeiro do Sinpol avisou a direção geral e a instituição tratou de se precaver, ajustando o próprio orçamento.
No final, os aliados conseguiram trazer para a conversa o deputado Luizinho Goebel (PSC), o mais inteligente opositor ao governo Marcos Rocha. Luizinho conversou com o governador e deu um voto de confiança, convencendo os demais parlamentares de oposição a votar pela aprovação dos projetos.
Só para se ter uma ideia da gravidade da situação, se o cabo de guerra não tivesse chegado ao fim e os projetos não fossem apreciados, secretários poderiam incorrer em crime de responsabilidade, cabendo até mesmo impeachment do governador. Uma situação mais séria foi evitada porque Marcos Rocha agiu.
A sessão acabou terminando no final da tarde desta segunda-feira. Pelo que o governador conversou com os deputados, no próximo ano haverá substituição de secretários e outras mudanças no governo.
O Orçamento de 2025 será votado em sessão extraordinária no dia 28 de janeiro. A relatora é a deputado Ieda Chaves (União Brasil). Foram apresentadas diversas emendas ao Orçamento, que ainda precisam ser discutidas com o governo, por isso a votação foi adiada.
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