A alegação é que o vídeo viralizou. Mas viralizou no site Fronteira 364, que fala mal de Isaú Fonseca todo dia. Isso serve de parâmetro?
O tesouro que é o folclore político de Ji-Paraná ganhou mais uma pérola preciosa nesta segunda-feira (26). O Ministério Público Eleitoral (MPE) entrou com ação pedindo a impugnação do candidato Isaú Fonseca (União Brasil) devido à música “Ai, Ai, Meu Preto”, cantada por servidores públicos durante a cerimônia de abertura do Samu.
A música nem fala o nome de Isaú. Sabem aquelas investigações da Polícia Federal contra bolsonaristas, onde arrumam supostos códigos para conversas simples? Pois é. O MPE alega que “Meu Preto” é Isaú. Isso porque ele chama todos de Meu Preto e por isso muita gente o chama de Meu Preto. Mas… Meu Preto não pode ser algum amigo de Isaú? Ele chama todo mundo assim. E tem muita gente em Ji-Paraná que chama os outros de Meu Preto também. Vai proibir isso também?
E… pasmem: o vídeo com o pessoal cantando viralizou no site que bate todo dia no Isaú, o Fronteira 364. Agora parece piada, já que o MPE está pedindo a impugnação porque o vídeo viralizou. A alegação é que é propaganda e uso da máquina pública. Uso da máquina em um site adversário?
O pessoal do Fronteira 364 teve coragem de desfocar uma fotografia do lançamento da campanha de Isaú Fonseca para dizer que não tinha quase ninguém. Um site que aparentemente existe para bater no prefeito coloca um vídeo que viraliza e o MPE pede a impugnação de candidatura, dizendo que é propaganda. Desde quando o Fronteira 364 faz propaganda do Isaú?
O MPE também alega que o vídeo está no Instagram de Isaú. Agora, a alegação é que o material atingiu um grande número de pessoas. Deveriam dar os parabéns aos servidores do Samu, que conseguiram gravar um vídeo viral.
Outra coisa: a solenidade de instalação do Samu foi realizada dentro do prazo permitido, e certamente foi falado o nome de Isaú. Quer dizer que falar o nome dele pode, mas cantar “Ai, Ai, Meu Preto” não pode.
Para não caçar confusão, o melhor que Isaú Fonseca pode dizer em sua defesa é que o Meu Preto que fala na música são os próprios servidores do Samu. Ele chama todo mundo de Meu Preto mesmo. Aí acaba a pendenga. Seria cômico, se não fosse trágico. Agora o MPE vai querer interferir na cantoria de socorristas.
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