A política, muitas vezes, é palco de ingratidão. Poucos casos ilustram isso tão bem quanto a relação entre o Governador Marcos Rocha e os irmãos Júnior e Sérgio Gonçalves. É impossível esquecer que, no pior momento da vida da família Gonçalves – quando o império de supermercados do pai ruiu e todas as demais empresas vinculadas aos irmãos foram à falência – foi Marcos Rocha quem estendeu a mão.
Não se sabe até hoje o que motivou o governador a intervir na vida de dois homens que não conhecia pessoalmente. Talvez tenha sido o coração generoso de Rocha, que, como todos reconhecem, não mede esforços para ajudar quem está em apuros. Mas essa decisão, ao que tudo indica, foi um dos maiores erros estratégicos da sua carreira.
Júnior Gonçalves, conhecido por seu apetite insaciável por gastar dinheiro, já tinha uma reputação que o precedia. Mesmo em meio à crise familiar, sua vida de excessos nunca foi contida. Sérgio Gonçalves, por outro lado, assumiu o papel de vice-governador, mas, na prática, mostrou ser um peso morto político que Marcos Rocha teve de carregar desde o início de sua gestão.
Agora, surge a questão: será que o governador, se optar por exonerar Júnior Gonçalves, terá o apoio e a lealdade de quem ele tanto ajudou? É difícil acreditar. A família Gonçalves, ao longo dos anos, demonstrou que gratidão não é uma característica que corre em suas veias. Pelo contrário, o histórico dos irmãos aponta para interesses pessoais acima de qualquer relação, mesmo com quem um dia os salvou da ruína.
O governador Marcos Rocha, que colocou Sérgio Gonçalves ao seu lado como vice, está diante de uma situação política explosiva. Os eleitores começam a se perguntar: até onde vai a bondade de Marcos Rocha e até onde vai a ingratidão dos Gonçalves? Essa é uma história que merece ser lembrada como um alerta sobre a fragilidade das alianças políticas – e a traição daqueles que só pensam em si mesmos.
COMMENTS