Em um jogo de cartas morre um grupão, e das cinzas nasce outro

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Em um jogo de cartas morre um grupão, e das cinzas nasce outro

O tempo fechou entre o governador e o deputado federal Maurício Carvalho, que perdeu indicações no Detran

Como acabou o grupão onde estavam PL e União Brasil, a tendência é o governador migrar para o Podemos

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Única certeza absoluta da vida, a morte está presente em todo canto, inclusive na política. Em Rondônia, como em um jogo de cartas, após as eleições deste ano alguns saíram perdendo, outros esconderam o jogo até o final. A partida valendo as prefeituras, principalmente a de Porto Velho, terminou com o falecimento de um grupão.

Doze partidos apoiaram em Porto Velho a então candidata Mariana Carvalho. Para ter sobrevivência política nas eleições de 2026, devem examinar agora as cartas que têm na mão. Quem não escolher bem sentará à mesa com o jogo perdido nas próximas eleições.

O governador Marcos Rocha (UB) saiu do grupão, e aparentemente rompeu com o deputado federal Mauricio Carvalho (UB-RO). Diversos comissionados que Mauricio indicou para o Detran já foram exonerados, e o blog Entrelinhas apurou que os demais indicados que ainda ficaram devem deixar o departamento nos próximos dias.

Permanecer no União Brasil ficará insustentável para o governador, pois Mauricio Carvalho é muito forte no partido. Mauricio colaborou ativamente para a eleição do presidente nacional do UB, o advogado Antônio Rueda. Pré-candidato ao Senado em 2026, o caminho mais óbvio para o governador seria migrar para o Podemos, já que boa parte do secretariado do governo apoiou Léo Moraes (Podemos), eleito prefeito da capital. E o apoio de Léo pesará muito daqui a dois anos.

No União Brasil, o vice-governador Sérgio Gonçalves (UB) e o presidente estadual do UB, o chefe da Casa Civil Júnior Gonçalves, ficaram com Mariana Carvalho até o final. Júnior Gonçalves se aproximou de Maurício Carvalho durante e após o segundo turno, por isso está muito forte no partido.

Com a morte do grupão, de parte das cinzas surge um grupo para o qual deve ir o governador e parte do secretariado: O Podemos deve se aliar ao PSD de Expedito Júnior. Expedito ficou muito forte na eleição. Hoje, as prefeituras que estarão sob o comando do PSD e Podemos são em número menor do que as do União Brasil e do PL, mas são prefeituras grandes. Nos municípios que serão administrados pelo PSD e Podemos estão metade dos eleitores de Rondônia. O Podemos também deverá receber o deputado federal Fernando Máximo, que está deixando o UB.

Dois outros grupos grandes são o União Brasil e o PL. Se Marcos Rocha deixar o UB, existe a possibilidade de os dois partidos caminharem juntos em 2026. O ex-governador Ivo Cassol (PP) foi novamente condenado em segunda instância e está inelegível por oito anos.

Com Marcos Rocha deixando o governo no início de 2026 para concorrer ao Senado, o vice-governador Sérgio Gonçalves sentará na cadeira de governador e terá a caneta na mão. Será um candidato natural ao governo pelo UB. Em uma eventual composição com o PL, o senador Marcos Rogério seria candidato à reeleição.

Agora, dependendo das cartas que tiver em sua mão, Marcos Rogério poderá desistir de se candidatar à reeleição e poderá concorrer a governador. Isso dependerá de cartas que serão distribuídas agora, com as ações do governo e das prefeituras. Se ele tiver um jogo de ás…

Esses também pesam

Outros políticos não estão nesses dois grupos, ou não pretendem concorrer a cargos majoritários, mas pesarão muito. Tem o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), que já se declarou pré-candidato ao governo, mas que pode concorrer ao Senado.

A deputada federal Silvia Cristina (PP), como tudo mundo está dizendo, pretende concorrer ao Senado. O PP não tem estrutura para lançar sozinho uma candidatura majoritária. Terá que compor com um desses grupos.

O ex-senador Acir Gurgacz (PDT) também é pré-candidato ao Senado, e tem condições de ingressar em um desses grupos. Se não houver composição entre os pedetistas e um dos grupos, a tendência é que Acir saia candidato a governador.

O presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Cruz (PRTB) conseguiu eleger quatro vereadores somente em Porto Velho. Ainda não se sabe para onde ele irá, mas é certo que os grupos políticos o chamarão para conversar.

O deputado Ribeiro do Sinpol (PRD) elegeu sete vereadores em todo o estado, e também ajudou um prefeito a se eleger. Acabou se tornando uma grande liderança entre as forças de segurança. Para onde pende o funcionalismo público geralmente há um grupo vitorioso.

O deputado Laerte Gomes (PSD) também ajudou a eleger vereadores e prefeitos, incluindo o de Ji-Paraná, onde ele tem base eleitoral. Laerte sabe articular e transita muito bem nas esferas do poder. Mas ele ficará no grupo que o PSD escolher. Podemos?

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