Prefeito João Becker e deputado Pedro Fernandes são desmascarados em Cujubim

Bomba em Cujubim. A confusão começou quando um cidadão com as iniciais J. A. apresentou requerimento na Câmara de Vereadores pedindo cópia dos documentos que o prefeito João Becker apresentou no momento da posse. Depois o cidadão voltou e mostrou que Becker falsificou a certidão negativa do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para conseguir tomar posse quando assumiu como vice-prefeito. Becker era vice de Pedro Fernandes, que depois foi eleito deputado estadual.

O denunciante é gente resolvida. Ele disse que o presidente da Câmara dos Vereadores, Herlon Pereira dos Santos, deveria tomar providências, senão seria denunciado ao Ministério Público do Estado por prevaricação. O vereador pediu a abertura de uma CPI, mas os vereadores da base do prefeito deixaram a sessão, que foi encerrada. O presidente, então, denunciou o caso do Ministério Público do Estado (MPE) e ao Ministério Público Federal (MPF).

O presidente da Câmara de Vereadores conta que, então, o prefeito João Becker e o deputado Pedro Fernandes obrigaram o secretário Municipal de Instituto e Previdência, Elias Cruz, a apresentar uma denúncia preparada por eles, somente para desviar o foco da denúncia.

Engraçado, né? Pedro Fernandes é um deputado devagar, quase parando. Os nobres colegas, quando falam com ele, não dizem excelentíssimo deputado, e sim “esse lentíssimo” deputado. Mas para fazer traquinagem parece que ele é rápido.

O secretário Elias Cruz aparentemente ficou com vergonha do que estava sendo obrigado a fazer, e assim telefonou para o presidente da Câmara. Acontece que o vereador, bem mais rápido do que aquele lentíssimo deputado, gravou a conversa usando um outro celular e colocou para a população ouvir. O objetivo de João Becker e Pedro Fernandes era desviar o foco da denúncia da apresentação da certidão falta, mas os dois desabaram do pangaré.

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Se a atuação daquele lentíssimo deputado não é quebra de decoro parlamentar é sinal de que decoro nem existe na Assembleia Legislativa. Merece no mínimo uma censura, porque a atitude dele quebra o decoro, envergonha o parlamento. O secretário contou na ligação que nem leu o que estava escrito na denúncia assinada por ele, pois foi obrigado a assinar, com medo de perder o cargo. Olhem na gravação acima.

A população de Cujubim compareceu em massa à Câmara. Foi lida a denúncia contra o prefeito João Becker e a denúncia contra o presidente da Câmara. Acontece que a denúncia contra o prefeito prosseguiu, e a contra o vereador foi arquivada. O presidente, Herlon dos Santos, explicou que a denúncia foi apurada e foi constatado que a certidão apresentada pelo prefeito é mesmo falsa.

Falsificação

No momento da entrega da documentação, o então prefeito, que na época era vice-prefeito, respondia a dois processos, CDAs sob o nº 20160200010314 e certidão de responsabilização 24320/16 e nº 20160200010315, certidão de responsabilização 24420/16, e estava com sua certidão do TCE suspensa.

Em 2020 ele não poderia tirar a certidão negativa, pois teve sua inscrição em dívida ativa no ano de 2016, referente ao processo administrativo do TCE. Para não correr o risco de não tomar posse e até perder o cargo, o prefeito falsificou uma certidão negativa do Tribunal de contas.

O prefeito tirou uma certidão válida de outra pessoa, mudou o nome da pessoa e o CPF pelo seu e colocou no meio dos documentos entregues, o que naquele momento não foi percebido pela Câmara Municipal. Só após a denúncia os vereadores foram apurar a veracidade dos fatos.

De acordo com o que circula nos bastidores políticos, o deputado Pedro Fernandes se julga o dono de Cujubim, e estaria tentando esconder supostas práticas ocorridas quando ele era o prefeito. João Becker seria uma marionete, e as cordinhas estariam nas mãos do deputado. O parlamentar é lerdinho na Assembleia Legislativa, praticamente inexpressivo, mas em Cujubim o homem é rapidinho.