Orizon Ambiental se alia a grupo que aparentemente quer resolver na bala a licitação do lixo em Porto Velho

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Orizon Ambiental se alia a grupo que aparentemente quer resolver na bala a licitação do lixo em Porto Velho

Antes da ameaça de morte ao prefeito Hildon Chaves houve os tiros disparados no escritório do advogado Bruno Valverde

Que o crime organizado chegou a dominar conjuntos habitacionais na capital, todo mundo já sabia. A novidade é que aparentemente cangaceiros querem agora mandar nas licitações, mas parece que o tiro saiu pela culatra

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Se gente ligada à coleta de lixo quer meter bala no advogado Bruno Valverde e no prefeito da capital, o promotor de Justiça aposentado Hildon Chaves (PSDB), imaginem se conseguem o contrato para recolhimento de resíduos sólidos. É capaz de começarem a dizer que é para o cidadão levar o lixo lá na sede da empresa e colocar dentro do caminhão. E ai de quem não obedecer. Olha a bala.

Pouca gente sabe, mas semanas antes de a prefeitura de Porto Velho iniciar a licitação para escolher a empresa responsável pelo recolhimento de resíduos sólidos, de manhã secretários e técnicos do município se reuniram no escritório do advogado Bruno Valverde. Durante a noite foram disparados tiros nos vidros do escritório. Nos bastidores políticos já se dizia que os disparos tinham sido um recado de que haveria gente disposta a tudo para conseguir o contrato.

Tudo bem que Bruno Valverde não seja nenhum santo, mas resolver na bala, a La Trump, torna a questão caso policial. O fato de ele não ser santo não quer dizer que mereça tiros.

No dia seguinte aos disparos a equipe do blog esteve no escritório do advogado. Havia vidro pelo chão e objetos quebrados devido aos tiros. Isso tudo no segundo piso, onde tinha acontecido a reunião. Na ocasião, Bruno Valverde disse que não poderia falar nada sobre a relação entre os tiros e a licitação para a escolha da empresa que ficaria responsável pela coleta de lixo.

À época, Bruno Valverde mostrou os buracos deixado pelos projéteis

À época, seria difícil acreditar que empresários pudessem ter alguma ligação com os disparos, mas o que aconteceu nesta semana levanta uma lebre. Bruno Valverde e Hildon Chaves foram ameaçados pelos empresários Iuri Faria e Carlos Faria. E Hildon Chaves registrou ocorrência policial por ameaça de morte. Iuri e Carlos Faria eram proprietários de todo o aterro sanitário, onde é colocado o lixo recolhido em Porto Velho, mas venderam 51% para a Orizon Ambiental uma empresa gigante, que negocia suas ações na bolsa de valores e tem o selo de Compliance Brasil.

Assim como era difícil acreditar que algum empresário pudesse estar por trás dos disparos, é difícil acreditar que a Orizon Ambiental tenha se aliado a Iuri Faria e Carlos Faria, que são donos da Amazon Fort. Isso tudo por conta do histórico da Amazon Fort.

Aprontações

Alguém se lembra da Operação Presságio, deflagrada pela Polícia Civil de Santa Catarina em janeiro deste ano? A Polícia investigava um grande esquema de corrupção, envolvendo agentes políticos daquele estado e um contrato emergencial de limpeza urbana. Vocês sabem com quem era o contrato? Com a Amazon Fort. A suspeita é de crimes contra a administração pública.

A operação foi um prato cheio para a imprensa de Santa Catarina

Mas o que aconteceu em Santa Catarina não é o primeiro escândalo envolvendo a Amazon Fort. Anteriormente a empresa e um dos sócios foram condenados criminalmente no Acre, por irregularidades na coleta de lixo hospitalar. Já houve outro escândalo com a empresa, em Porto Velho mesmo, também envolvendo coleta de lixo hospitalar. Se dizia que a Amazon Fort estaria molhando o lixo recolhido de um hospital, para aumentar o peso. Sim, a empresa recebe pelo peso do lixo, por isso, supostamente, nada que água não pudesse ajudar.

E não para por aí. Em Rondônia a empresa já teria aprontado em outras situações. Em Jaru, o prefeito João Gonçalves denunciou a Amazon Fort ao Ministério Público, por diversas supostas irregularidades envolvendo a coleta de lixo.

Ameaça

Apesar de o modus operandi da Amazon Fort aparentemente passar por cima da lei, devido a todas essas denúncias, os empresários nunca tinham ido tão longe. A acusação agora é de ter ameaçado o advogado Bruno Valverde e o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves.

A partir do momento em uma coisa dessas acontece com o prefeito de uma capital, um promotor de Justiça aposentado, imaginem o que pode acontecer com um cidadão comum, um pobre mortal que coloca o lixo em frente à sua residência para ser recolhido.

Quando se dizia que o crime organizado estava dando as ordens em conjuntos habitacionais de Porto Velho, com o tribunal do crime funcionando, foi um escândalo. Agora, aparentemente, cangaceiros querem mandar em licitações. Se o prefeito não cede, dizem que vão pegá-lo depois que terminar seu mandato, quando ele ficar sem seguranças.

É o que consta no boletim de ocorrência. Que os donos da Amazon Fort iriam “resolver os problemas à moda antiga”. Coisas que aconteciam na época do cangaço, ou dos coronéis de barranco, que ditavam as leis nos seringais e faziam o que bem entendiam.

Se ninguém faz nada, daí a pouco vão criar uma regra dizendo que o caminhão ficará parado em determinado lugar da cidade e que, apesar de pagar a taxa de coleta de lixo, o contribuinte terá que levar as sacolinhas até lá. E ainda colocar dentro do caminhão, direitinho. Quem reclamar leva bala.

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