Delegado apontado como mentor de esquema para prender prefeitos é pré-candidato a prefeito de Ouro Preto do Oeste

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Delegado apontado como mentor de esquema para prender prefeitos é pré-candidato a prefeito de Ouro Preto do Oeste

Ex-chefe de gabinete do deputado Camargo, o delegado Julio Cesar teria contado um plano de delegados para tomar o poder no estado. Alex Testoni que se cuide

No áudio atribuído a Julio Cesar, ele falar em prender prefeitos e empresários. A prisão de prefeitos seria para dar visibilidade na mídia. A prisão de empresários seria para que eles se tornassem ‘amigos da Polícia’

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O delegado Julio Cesar de Souza Ferreira foi chefe de gabinete do deputado Rodrigo Camargo (Republicanos) em fevereiro de março de 2023, recebendo mais de R$ 34 mil por mês. Ele foi retirado da Assembleia em meio a um profundo mal-estar, pois nos corredores circulava que os outros deputados estariam sendo espionados.

Dizem que Julio Cesar não gostou muito de sair da Assembleia Legislativa, embora diversos assessores de deputados tenham sentido alívio. O salário é bom. Abaixo está o link podendo comprovar, ou você pode olhar a cópia do contracheque no final do artigo.

https://transparencia.al.ro.leg.br/GestaoPessoas/RemuneracaoServidores/detalhes/272329

Rodrigo Camargo ganha mais. Vencimento de deputado varia. Em fevereiro deste ano Camargo recebeu mais de R$ 100 mil. Cópia do contracheque ele está junto com a de Julio Cesar.

O mal-estar na Assembleia Legislativa em relação ao então chefe de gabinete de Camargo começou quando se descobriu que Julio Cesar é aquele delegado, ao qual é atribuído um áudio que vazou, falando de um suposto plano de um grupo de delegados para tomar o poder no estado, prendendo prefeitos e empresários. Nos parágrafos finais do artigo está o áudio e a degravação.

E agora Julio Cesar é pré-candidato a prefeito de Ouro Preto do Oeste pelo Podemos. No lançamento da pré-candidatura estiveram diversos delegados, entre eles o deputado Rodrigo Camargo. Também esteve a grande liderança do Podemos, Léo Moraes, que tem uma histórica ligação com a esquerda. Léo é diretor do Detran, aquele órgão meramente arrecadador, que persegue quem não está em condições de pagar o licenciamento de um veículo.

Julio Cesar está em um partido com ligações com a esquerda

Somente para se ter uma ideia, nas últimas eleições municipais, em Porto Velho, o prefeito Hildon Chaves já estava no segundo turno. Faltava saber quem iria com ele: Cristiane Lopes (UB) ou Vinicius Miguel (PSB). Léo Moraes apoiou Cristiane, tirando preciosos votos de esquerda de Vinicius Miguel. É o antagonismo. Julio Cesar foi chefe de gabinete de um deputado que diz detestar a esquerda.

E Julio Cesar já começou causando. Afirmou no lançamento de sua pré-candidatura que “servidor que denunciar perseguição vai ser premiado e não perseguido”. Ele não citou o nome do prefeito Alex Testoni, mas aparentemente o pré-candidato delegado já entrou atirando.

Vale a pena lembrar que houve uma tentativa de acabar com a carreira política de Alex Testoni. Ele chegou a ser preso. Na coordenação da operação estavam delegados de Polícia supostamente ligados a Julio Cesar. Testoni era apontado como favorito para vencer a eleição ao Senado. O inquérito praticamente não deu em nada. Não foi comprovado nada contra Alex Testoni, que precisou reiniciar sua carreira política. Descobiram que ele é inocente. Teria sido perseguição?

Áudio

O que gera rumores de que supostamente poderia ter ocorrido perseguição na investigação contra Alex Testoni é um áudio que fazou, atribuído ao delegado Julio Cesar, hoje pré-candidato a prefeito de Ouro Preto do Oeste.

De acordo com o que circulava em conversas de políticos, com este suposto plano delegados conseguiram se eleger prefeitos e deputados, para finalmente chegar ao governo do estado. É claro que, para isso, de acordo com o que era dito, supostamente precisariam do apoio de empresários, para hipoteticamente obterem doações para as campanhas eleitorais. Supostamente, determinados empresários escolheriam entre colaborar ou ser preso, de acordo com o que se dizia.

A prisão de políticos seria para que os delegados supostamente ganhem espaço na mídia.

Ouça o áudio ou veja a degravação:

“Mato Grosso foi exatamente assim, cara. O pessoal… o pessoal foi… foi fazendo serviço dessa natureza, prendendo político, prendendo secretário de estado, prendendo prefeito e aí meu irmão, rapidinho… se infiltrando também, muitos delegados se infiltrando na política, sendo candidato.

Esse estágio que nós estamos passando agora em Rondônia, nós temos aí alguns delegados candidatos, nós temos aí agentes, escrivães, estão envolvidos com política, também se infiltrando no meio político e a Polícia fazendo trabalho contra a administração pública, de crimes de crimes contra a administração pública, prendendo político, prendendo empresário, prendendo gente com poder aquisitivo. Isso, cara, são as duas principais frentes de atuação que a gente tem que tomar para a instituição crescer.

Essas duas frentes de atuação aí elas garantem que os caras fiquem com o temor correcional e queiram ser amigos da polícia civil. É o que falta hoje, vontade política de ser amigo da polícia civil, se o cara tiver vontade de ser amigo da polícia civil tudo é possível. Dinheiro o estado tem, é muito dinheiro que o estado tem. Ele não tem a gente como prioridade, mas dinheiro para fazer as coisas, tem muito cara. São 7 bilhões de reais para gastar, 7 bilhões. Então, o que acontece é que nós não somos uma prioridade para o governo, é só isso.

O formato negrito e itálico da fonte é por conta do blog. Testoni que se cuide, portanto. Abaixo, contracheques de Julio Cesar e do deputado Rodrigo Camargo.

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