Dois ex-presidentes da Assembleia Legislativa e um senador de Rondônia na mira de Xandão

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Dois ex-presidentes da Assembleia Legislativa e um senador de Rondônia na mira de Xandão

Advogado propôs a delação dos três ao Homem do Tempo, que disse desconhecer as ações do trio

No meio da baderna financiada pelos três políticos, um dono de laticínio ateou fogo em um ônibus em Ouro Preto

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Quando ainda estava preso, o comunicador William Ferreira, mais conhecido como O Homem do Tempo, recebeu a visita de um advogado, que lhe propôs delatar um senador da República e dois ex-presidentes da Assembleia Legislativa, que atualmente estão sem mandato. O trio teria financiado manifestações em Rondônia, teria alugado ônibus para levar manifestantes a Brasília para o protesto de 8 de janeiro de 2023 e também teria pago diárias de R$ 150,00 para pessoas que coordenavam os protestos nos acampamentos.

O blog citou na última semana que o Homem do Tempo se negou a delatar, mas o advogado dele entrou em contato e disse que não foi isso.

“O William Ferreira realmente recebeu a proposta, mas ele não tem o que delatar, porque ele não participou de movimentação alguma e não sabe de nada. Um outro advogado foi lá e queria que ele denunciasse os dois ex-presidentes da Assembleia Legislativa e o senador, mas William disse que desconhecia tudo isso e que nem conhece o senador”, explicou o advogado.

O advogado do Homem do Tempo demonstrou irritação com o colega que procurou o cliente, dizendo que isso não deveria ter acontecido.

A equipe do blog lembrou ao advogado do Homem do Tempo que todo mundo que acompanha a política sabe que um dos ex-presidentes da Assembleia Legislativa abastecia com carne as pessoas que acamparam em Porto Velho em frente ao 5º BEC. A cada dois dias chegavam bois abatidos na fazenda do ex-presidente.

“Olha, ouvi dizer que esse ex-presidente da Assembleia levava carne aos acampados em frente ao 5º BEC dia sim, dia não. Mas isso é de ouvir dizer. Como o Homem do Tempo vai afirmar alguma coisa em relação a isso se ele não viu nada e nem estava envolvido?”, contrapôs o advogado.

Então a equipe do blog adiantou ter apurado que a motivação desse ex-presidente não era política, e sim financeira, porque ele desmatou ilegalmente uma imensa área de sua gigantesca fazenda para colocar mais pasto e criar mais bois, pois estava contando que a fiscalização não chegaria em sua propriedade com uma vitória de Bolsonaro.

O blog lembrou ao advogado que esse mesmo ex-presidente fazia “o corre”, pegando dinheiro do senador e de um outro ex-presidente da Assembleia Legislativa no interior, para bancar os custos dos protestos feitos em Rondônia.

“Olha, eu ouvi falar de tudo isso. Como você disse, quem acompanha política sabe disso, mas o Homem do Tempo não tem nada a ver com essa situação. Ele não está envolvido”, assegurou o advogado.

A equipe do blog lembrou que um outro ex-presidente da Assembleia Legislativa é apontado como principal financiador das manifestações em Rondônia, e que juntamente com o senador teria pago diárias de R$ 150,00 aos coordenadores dos protestos nos acampamentos.

O blog recebeu um áudio atribuído a um empresário, dono de dois postos de combustível em Machadinho do Oeste, chamando pessoas para reuniões onde seriam planejados os protestos. Também em Machadinho circulam informações sobre o pagamento das diárias a coordenadores que ficassem acampados. O dinheiro sairia do bolso dos dois ex-deputados e do senador. Aparentemente havia muitas famílias de pessoas ordeiras nos protestos, mas diversos dos “cabeças” recebiam dinheiro para comandar a movimentação.

Dessa forma a equipe do blog perguntou ao advogado do Homem do Tempo se já era praticamente de domínio público que todas essas informações estão em um inquérito que já teria sido encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes.

O Homem do Tempo, de acordo com seu advogado, nem conhece os patrocinadores da baderna (Foto: Rondoniaovivo)

“Olha… o que eu sei, e não é informação oficial, é que tudo isso está na mesa do ministro Alexandre de Moraes. O que eu sei é de ouvir falar. Se o Homem do Tempo sabe de alguma coisa, também é de ouvir falar. Como ele pode delatar alguém se ele não participou de nada, se ele não viu nada? Se querem pegar o senador e os dois ex-presidentes da Assembleia, que usem outros meios. O outro advogado não deveria ter procurado meu cliente”, disse o advogado.

No meio da bagunça patrocinada pelo trio de políticos durante as manifestações, um dono de laticínio de Ouro Preto do Oeste entregou sua arma a um funcionário, invadiram um ônibus, ameaçaram passageiros e atearam fogo no veículo. Agora ele responde a processo por danos morais e materiais e também é investigado criminalmente.

O empresário de Ouro Preto teria ficado entusiasmado com as manifestações sustentadas por figurões e teria decidido dar sua parcela de colaboração para aumentar a baderna, mas agora estaria depressivo com o resultado. Trinta passageiros movem uma ação contra ele. Há rumores de que o empresário estaria passando bens para outros para evitar confiscos para possíveis indenizações.

Outro ato de vandalismo que aconteceu nas badernas do 8 de janeiro foi o incêndio criminoso de uma carreta de uma grande rede de supermercados genuinamente rondoniense.    

Em grupos de WhatsApp, quando alguém se excede um pouco com palavras ou áudios, é comum alguém brincar dizendo: cuidado com o Xandão. No caso, estão falando de Alexandre de Moraes, o mesmo ministro que estaria com o inquérito envolvendo os três políticos de Rondônia. Os dois ex-presidentes da Assembleia Legislativa estão sem mandato e estão quietos. O senador é falante. É destemido, ou talvez sem noção.

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