Deputado Delegado Camargo pode impedir aumento salarial das forças de segurança. Ribeiro do Sinpol parte para cima

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Deputado Delegado Camargo pode impedir aumento salarial das forças de segurança. Ribeiro do Sinpol parte para cima

Suposta estratégia de Camargo é excelente para se projetar politicamente, mas Ribeiro alerta que isso prejudicará policiais e bombeiros

Enquanto isso, vaza indicação de Camargo pedindo relação de policiais militares em ‘desvio de função’, ou no caso, comissionados. A reclamação é que no gabinete de Camargo já estiveram lotados delegados. Desvio de função, também?

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Aumentou o “racha” entre os deputados Ribeiro do Sinpol (Patriota) e Delegado Rodrigo Camargo (Republicanos) na Assembleia Legislativa, por conta do projeto do Plano de Cargos, Carreiras e Salários das forças de segurança que será encaminhado ao Legislativo na tarde desta quarta-feira (13).

Nos bastidores, o deputado Delegado Camargo estaria se movimentando, explicando que o aumento para praças e cabos da Polícia Militar e Bombeiros será pequeno em comparação com os militares que ocupam patentes mais elevadas. Inicialmente ele chegou a ganhar a simpatia de representantes de algumas associações.

O deputado Ribeiro do Sinpol passou a alertar que, se o nobre colega impedir a votação do projeto de lei ninguém receberá aumento algum, porque as discussões se estenderão pelo próximo ano e não haverá previsão orçamentária para reajuste salarial.

Em grupos de WhatsApp circulam tabelas salariais falsas, aumentando o tumulto. O governo mantém o projeto guardado justamente para evitar uma movimentação maior da oposição na Assembleia Legislativa, atualmente composta por três deputados. As tabelas que circulam são as chamadas “fake news”, ou “tabelas fakes”.

Acontece que governistas deram explicações “em off” sobre a razão de o reajuste salarial ser menor para praças e cabos. Seria porque o objetivo é que os policiais se aposentem com um salário melhor, e um praça tem condições de se aposentar como sargento. Caso fosse dado um aumento maior para praças e cabos, que são em grande número, baixaria o percentual das demais patentes.

De acordo com o que apurou o blog, circula nos bastidores políticos que o objetivo do deputado Delegado Camargo seria “melar” o reajuste. Ele ganharia pontos como oposição, pois poderia passar o próximo ano batendo no governador, dizendo que o Executivo não teve competência para cumprir a promessa de reajustar os salários, apesar de ter aumentado a alíquota do ICMS.

Delegado Camargo poderia apresentar um pedido de vistas ao projeto na sessão desta quarta-feira, suspendendo a votação, mas para não ser trucidado politicamente, ele supostamente precisaria de apoio de praças e cabos, para dizer que está defendendo a categoria. É o que se diz nos corredores da Assembleia Legislativa.

Justamente por isso, o deputado Ribeiro do Sinpol tem batido de frente com a suposta articulação, afirmando que não é dessa forma que se faz oposição, porque todos da força de segurança serão prejudicados e ficarão sem reajuste. Diversos deputados, como Alex Redano (Republicanos), já se manifestaram, afirmando ser inadmissível prejudicar policiais civis e militares, bombeiros militares, policiais penais, socioeducadores e demais servidores da Sejus e Politec, com mais um ano sem aumento de salário.

O blog apurou, nos corredores da Assembleia Legislativa, que policiais civis se articulam para lotar as galerias da Casa de Leis e dar mais uma vaia no deputado Delegado Camargo. Na sessão onde o aumento da alíquota do ICMS foi definido em 19,5%, ele levou a primeira vaia enquanto discursava.

Indicação

No meio do imbróglio veio à tona uma indicação apresentada pelo deputado Delegado Camargo, perguntando à Casa Civil e à Secretaria de Segurança (Sesdec) se há alguma demanda atribuída a policiais militares que estejam além das suas funções pertinentes.

Ele explica que a atribuição dessa força é unicamente atinente à segurança e proteção da sociedade e diz não haver margem para que o policial militar seja aproveitado em demanda diversas de suas funções. Na prática, Delegado Camargo estaria falando de policiais militares que ocupam cargos comissionados.

O estranho nisso tudo é que o próprio deputado Delegado Camargo tinha delegados da Polícia Civil lotados em seu gabinete, na Assembleia Legislativa. É onde governistas partem para cima, dizendo que, na cabeça do parlamentar, delegado pode ficar em desvio de função, em um gabinete de deputado, mas policial militar não pode ocupar cargo comissionado no governo.

De acordo com o que foi apurado pelo blog, devido à situação envolvendo o aumento da alíquota do ICMS, o deputado Delegado Camargo foi chamando de “inimigo das forças de segurança”, pois um dos motivos de a alíquota ter subido foi o governo ter condições de oferecer aumento de salário para as polícias e bombeiros. Na ocasião, foi defendida a bandeira de que o deputado que estivesse contra a elevação da alíquota também estaria contra as forças de segurança.

Ainda conforme o que circula nos bastidores políticos, a indicação apresentada pelo parlamentar à Sesdec reforçaria a pecha de “inimigo das forças de segurança”, e também jogaria areia na ideia de que ele estaria defendendo praças e cabos no caso do projeto do PCCS que será encaminhado pelo governo.

Afinal, se ele gosta tanto de praças e cabos da Polícia Militar, qual a razão de impedir que alguns deles ganhem gratificação? É o que dizem governistas.

Diante da situação, nos bastidores políticos também são dadas alfinetadas no deputado Delegado Camargo, dizendo que ele já perdeu o posto de defensor da Polícia Civil para o deputado Ribeiro do Sinpol, por isso agora estaria de olho na liderança dos praças da PM.

Acontece que os praças da PM já têm um líder, que é o ex-deputado Jesuíno Boabaid. No meio político, as alfinetadas continuam, dizendo que Delegado Camargo estaria querendo tirar a liderança de Jesuíno, mas isso já seria apenas brincadeira. Seria algo praticamente impossível.

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