Após o episódio do ICMS, o deputado deixou de ser estilingue e vive seus dias de vidraça
O deputado Delegado Camargo (Republicanos) se movimenta para evitar ser taxado de “inimigo das forças de segurança”, “o homem que não deixa a manga amadurecer” e “gastador de dinheiro com comida”. Isso tem circulado em grupos de WhatsApp desde o episódio envolvendo o aumento da alíquota do ICMS.
Paralelamente, começaram a aparecer outras insinuações, como a de “rachadinha” com assessores. Por conta disso o parlamentar registrou Boletim de Ocorrência Policial e também enviou notificação extrajudicial para que administradores do grupo excluam as publicações, citando estar havendo crime contra a honra, dano moral e sério e grave constrangimento.
Situações como a do deputado Delegado Camargo já foram vistas anteriormente, quando alguém que ocupava cargo de destaque ingressou na política.
Único deputado a votar contra o aumento na alíquota do ICMS, de início Delegado Camargo ficou muito bem visto. Isso até aparecer o argumento de que, sem a elevação da alíquota, seria impossível conceder o prometido aumento salarial às forças de segurança.
Entre policiais e bombeiros militares circula a analogia da manga. Isso porque o coronel BM Vital falou há algum tempo sobre o quanto ele gosta de manga, e que havia uma mangueira na casa da avó dele. Criança, ele subia na mangueira e depois comia manga verde com sal, e a avó lhe dizia que o sabor era muito melhor se ele esperasse amadurecer.
Coronel Vital disse que o reajuste salarial ainda estava verde, e era preciso esperar madurar. Depois disso policiais militares e bombeiros militares perguntavam toda hora como estava a manga, se já estava amadurecendo mesmo ou se iria demorar.
Quando o deputado Delegado Camargo se posicionou contra a elevação do índice de ICMS, também foi taxado de “o homem que não deixa a manga amadurecer”. Quando a situação envolvendo o ICMS esquentou, policiais diziam que a manga tinha virado manguita, e que eles deveriam se mexer, caso contrário a manga iria apodrecer no pé.
Depois disso começaram a aparecer gastos do parlamentar através da verba indenizatória, e o que chamou a atenção foram gastos com alimentação. As críticas foram muitas, com alguns sites chamando o deputado de “comilão” e “faminto”. Ocorre que o blog apurou que, a cada três meses, o gabinete promove um treinamento com os servidores, e que esse gasto é para custear a alimentação dos servidores, nesse dia.
Depois disso começaram a circular, também, contracheques de servidores lotados no gabinete do deputado, e também na Comissão de Segurança Pública, onde ele é o presidente. Um desses contracheques chamou mais a atenção do que os demais. Não propriamente pelo valor, mas pelo nome da pessoa nomeada.
O que gerou reclamação maior do deputado Delegado Camargo foi uma insinuação de que haveria “rachadinha” com assessores. Para quem não sabe, isso é quando o servidor divide o próprio salário com o chefe. O parlamentar especificou essa questão com um print das conversas do grupo de WhatsApp, na notificação extrajudicial, e isso o teria motivado a registrar o BO.
O blog apurou que em determinados grupos de WhatsApp o assunto não parou, e que até mesmo alguns policiais civis já estão dizendo que estaria havendo tentativa de intimidação e abuso de autoridade. É sinal de que o deputado virou vidraça.
Situações assim já foram vistas em Rondônia anteriormente, mas não com tanto barulho, pois o aplicativo WhatsApp é algo recente. Mas já teve casos de delegados que se elegeram, e no início do mandato ainda pensavam que eram delegados na ativa. O caso é que, depois que entra na política, não está mais na ativa. É um político, simplesmente.
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