A parlamentar seria uma das mais ‘pidonas’, e atender esses pedidos custa caro
Pelo que apurou o blog, ninguém em Rondônia concorda com o aumento da alíquota do ICMS, que passou de 17,5% para 21%. Nem mesmo o governador ou os 23 deputados que votaram favoravelmente ao projeto. Muitas explicações foram dadas, como a de que o aumento era necessário para que Rondônia pudesse garantir uma base de cálculo maior no Imposto sobre Valor Agregado (IVA), criado com a reforma tributária, que nessa mesma linha praticamente todos os Estados aumentaram a alíquota e que isso é necessário para que possa haver dinheiro para investimentos em Rondônia.
Mas, de todas as explicações apresentadas, a mais interessante é a da deputada Dra Taíssa (PSC). Ela disse ser contra o aumento, mas explicou que estava participando da sessão de forma online, por estar em uma agenda em Guajará-Mirim, e que em alguns momentos houve uma instabilidade, por isso não conseguiu se posicionar contra.
Para começar, acontecem sessões ordinárias no máximo em dois dias da semana, sendo que muitas vezes é somente uma vez por semana. A deputada não estava na Assembleia Legislativa justamente no dia em que um tema tão importante era votado, provavelmente o projeto mais importante do ano. Depois, se não fosse o custo da deputada Dra Taíssa, talvez nem tivesse sido necessário que o aumento acontecesse. Vamos às contas?
Dr Taíssa tem direito a R$ 22 milhões por ano em emendas parlamentares. Vocês acham que ela vai abrir não disso? Somente com essas emendas o custo é de R$ 88 milhões em quatro anos. Ela usa isso para dizer que trabalha, que conseguiu obras, benefícios e assim por diante. Muito legal. Vamos às contas de algo mais pessoal da deputada?
Em se tratando das verbas indenizatórias de Dra Taíssa, em fevereiro ela recebeu R$ 38.231,67; março, R$ 44.434,65; em abril, R$ 80.383,60; em maio, R$ 54.999,18; em junho, R$ 79.435,85; em julho, R$ 120.168,86; e em agosto, R$ 90.654,77, totalizando R$ 508.308,58. Está tudo no Portal Transparência da Assembleia. Notem que ela começou o mandato um pouco tímida, mas logo passou a gastar bem.
Se a parlamentar mantiver os R$ 90 mil por mês, gastará até dezembro mais R$ 360 mil. Somado ao que ela já gastou, dará R$ 860.303,58 somente neste ano. Nos 37 meses seguintes de mandato a partir de dezembro próximo, com a média de R$ 90 mil mensais, ela consumirá R$ mais 3.330.000,00. A previsão é que ela gaste comente com verba indenizatória R$ 4.190.303,58 em seus quatro anos de mandato.
Até então, a soma já ultrapassa R$ 92 milhões. Deputada carinha, heim? Mas não para por aí. Ainda tem o salário da deputada, que não é pequeno. Ainda tem os assessores comissionados do gabinete dela, e ainda tem as diárias que Dra Taíssa recebe. Em somente um comprovante dessas diárias ela embolsou R$ 27 mil. Foram seis diárias no valor de R$ 4.500,00 cada uma, para ir em Guayaramerin e Riberalta, na Bolívia.
É bom lembrar que a deputada Dra Taíssa mora em Guajará-Mirim, e que para chegar a Guayaramerin é só atravessas a balsa. Fica do ladinho. Para chegar até Riberalta é preciso mais uma hora de carro. A justificativa para embolsar os R$ 27 mil foi participar de encontro com empresários para tratar da ponte binacional e do desenvolvimento de Guajará-Mirim. Pelo jeito, não teve reunião nem com alguma autoridade boliviana. Viagem produtiva, não é?
Essas diárias de R$ 27 mil acabaram dando à deputada Dra Taíssa a fama de gastadeirazinha. Todas essas despesas adicionais da parlamentar tornarão o custo dela algo em torno de R$ 100 milhões durante todo o mandato. Que deputada cara, o internauta deve estar pensando.
A deputada gravou um vídeo dando a explicação mais interessante de todas, mas se esqueceu de dizer que as despesas originadas a partir dela podem ser uma das causas do aumento da alíquota, pois todo o dinheiro usado para cobrir esses gastos vem do que o Estado arrecada. No final, ela pede ao governador que vete o aumento da alíquota. É interessante esse pedido, de uma deputada que não estava presente na sessão e depois culpa a internet por não ter votado contra.
Talvez o pedido da deputada ganhasse força se ela concordasse em não destinar os R$ 88 milhões em emendas, parasse de receber as diárias e reduzisse o valor do que recebe através da verba indenizatória, contribuindo para a redução de gastos, mas dificilmente Dra Taíssa fará isso. O blog apurou que, no CPA, circula que a parlamentar é uma grande pidona, e para atender esses pedidos é preciso dinheiro.
Confira os pedidos dela, veja como ela usa isso para aparecer e avalie se o vídeo da deputada gastadeira pode mesmo ser considerado interessante. O vídeo que a deputada gravou, em um português mais rebuscado, pode ser chamado de prosopopeia para acalentar bovinos. No português claro, conversa para boi dormir.
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