Júnior Lopes dá mais uma desculpa esfarrapada, diferente das outras, para cancelamento dos Jogos Intermunicipais

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Júnior Lopes dá mais uma desculpa esfarrapada, diferente das outras, para cancelamento dos Jogos Intermunicipais

Primeiro o secretário disse que há muitos eventos em Porto Velho. Depois, que o hotel contratado emitiu um comunicado. Agora, que a licitação deu deserta

Júnior Lopes ainda disse que os jogos acontecerão em 40 dias, prazo que dificilmente ele conseguirá cumprir

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Está difícil saber em qual momento o secretário da Sejucel, Junior Lopes, falou a verdade quando tentou explicar a razão para que os Jogos Intermunicipais de Rondônia (JIR) não aconteçam a partir de sexta-feira (29), como estava marcado. Na tarde de ontem (27), quando o secretário avisou que os jogos não aconteceriam, algumas pessoas da delegação de Pimenta Bueno já estavam em Porto Velho. As demais equipes sairiam de suas cidades hoje (28) pela manhã.

Primeiro ele se pronunciou em um grupo de WhatsApp, alegando que não havia vagas suficientes nos hotéis de Porto Velho, devido à alta quantidade de eventos simultâneos acontecendo na cidade. Acontece que não há eventos acontecendo na capital nesse momento. O jeito, então, foi arrumar outra desculpa.

Depois disso foi emitida uma nota de esclarecimento, dizendo que “o motivo do adiamento, conforme comunicado emitido pelo hotel contratado, se deve à impossibilidade de realizarem as acomodações do grande número de atletas participantes no momento.” Então, quer dizer que a Sejucel chegou a contratar um hotel, e o dono do hotel pisou na bola, segundo o secretário.

Nesta quinta-feira (28), Júnior Lopes concedeu uma entrevista a um programa de televisão explicando a foi feito o processo licitatório, mas a licitação deu deserta. Se ele está falando a verdade agora, como foi que o hotel contratado emitiu algum comunicado, se não houve contratação nenhuma, porque a licitação deu deserta?

Está difícil entender o secretário, devido às desculpas esfarrapadas. Na entrevista na televisão, Júnior Lopes ainda disse que tratou com os hotéis diretamente, para que eles recebessem os atletas. Anteriormente ele chegou a apresentar respostas de hotéis, explicando que não poderiam acomodar os atletas.

Acontece que um colaborador do blog entrou em contato com um dono de hotel e ele disse que houve um contato de Júnior Lopes. O secretário perguntou se o hotel poderia disponibilizar 3 mil vagas para esta semana. É claro que o dono disse não. Qual hotel em Rondônia tem condições de ter essa quantidade de vagas em cima da hora? Nem para ele tentar distribuir as delegações em diversos hotéis. E outra coisa, não são 3 mil vagas. Ao todo, chegariam 1.400 atletas, eles disputariam os jogos, iriam embora e depois chegariam mais 1.400.

Aparentemente Júnior Lopes deixou tudo para a última hora e quando viu que os atletas não teriam onde ficar, tentou dar uma de espertinho, indo em busca de documentos em hotéis, para dar a desculpa de que não há vagas em Porto Velho. Ele nem abriu licitação para a contratação de árbitros para os jogos. Alegou que faria um termo de fomento. Acontece que ele não poderia fazer isso, porque depois do nebuloso negócio com a Aperon para a realização da Expovel, o Ministério Público está de olho na Sejucel.

O secretário ainda anunciou que os Jogos Intermunicipais acontecem em 40 dias. Uma fonte explicou que técnicos da Sejucel ainda disseram para Júnior Lopes não insistir nesse prazo, que não é suficiente para fazer uma licitação.

E vocês acham que foi somente desta vez que o secretário Júnior Lopes pisou na bola desse jeito? Teve um outro caso, onde a desorganização da Sejucel também ficou evidente.

Flor do Maracujá

Quando aconteceu em Porto Velho o Arraial Flor do Maracujá, a Sejucel contratou a Ajero, uma associação de jovens, para a realização do evento. Desorganizado, Júnior Lopes não conseguiu providenciar os crachás, nem contratar um cerimonialista. Aparentemente ele deixa muitas coisas para a última hora.

Um colaborador decidiu ajudar, e aceitou ser o cerimonialista. Quando chegou no arraial, um segurança armado da empresa Colúmbia não o deixou entrar. Logicamente, o colaborador barrado telefonou para Júnior Lopes.

O secretário chegou e explicou ao segurança armado que não tinha conseguido providenciar os crachás a tempo, e que aquele era o cerimonialista, que precisava entrar. “E você? Quem você pensa que é?”, perguntou o segurança. “Eu sou o secretário Júnior Lopes”, respondeu. “O governo não tem nada a ver com isso aqui. Quem está fazendo o Flor do Maracujá é a Ajero. Você também não vai entrar”, decidiu o segurança.

Ainda deu mais confusão, porque o cerimonialista filmou a cena com celular e o segurança armado engrossou. O cerimonialista disse que tinha o direito de filmar e que não iria desligar a câmera. Isso mesmo. Júnior Lopes foi barrado no evento do próprio governo, onde sua secretaria repassou o dinheiro para uma associação promover a festa.

Mais uma pisada

E teve outra pisada na bola recente do secretário Júnior Lopes. A Sejucel resolveu organizar um torneio de futebol com veteranos. Mas jogadores bem veteranos mesmo, de clubes que nem existem mais. Dias antes do torneio, faleceu um dos ex-presidente de um clube e o evento acabou sendo adiado.

Um dos atletas, idoso, disse que o adiamento favoreceu Júnior Lopes. “Não iria ter torneio, porque nós não iríamos jogar. Primeiro porque Júnior Lopes não se lembrou que precisava contratar arbitragem. Depois, porque ele não tinha providenciado nem água para a gente beber. Você acha que iríamos jogar, em um calorão desses, sem ter direito nem a água? E se morre um de nós?”, perguntou um dos veteranos contatado por um colaborador do blog.

A Confederação Brasileira de Judô cancelou recentemente um campeonato de veteranos porque dois competidores faleceram. Um deles desmaiou no tatame, devido a um infarto, falecendo em seguida. Outro teve um enfarto após uma luta, foi hospitalizado e depois de alguns dias não resistiu. E isso em um campeonato com médicos à disposição, bem organizado, ao contrário do que acontece com algumas atividades promovidas por Júnior Lopes.

Seguram

O blog apurou que o governador Marcos Rocha (União Brasil) já considerou a possibilidade de exonerar Júnior Lopes, mas alguns deputados intercederam por ele. Dois nomes foram apontados, o de Alex Redano (Republicanos) e Cirone Deiró (União Brasil).

De Alex Redano se espera qualquer coisa. Um deputado que deixa a esposa prefeita autorizar a contratação de uma empresa como a Transterra para as obras da Rodoviária de Ariquemes é no mínimo um desinformado. A Transterra já vinha dando problemas nas obras do Espaço Alternativo, em Porto Velho. Redano não soube?

Agora, Cirone Deiró dar guarida a um secretário desorganizado é uma surpresa. O reduto eleitoral dele é Cacoal. Fala-se em bandalheiras ocorridas em órgãos da prefeitura de Cacoal, onde recentemente faleceu um bebê prematuro, por não ter sido atendido como deveria. Mas a secretária Municipal de Saúde nada tem a ver com Cirone. A secretária é prima do deputado Cassio Goes (PSD).

Cassio Gois teria feito na prefeitura de Cacoal um cabide de emprego para a família, e há rumores de que ele estaria patrocinando o advogado que estaria à disposição de sua prima. Para calar a boca de quem reclama da morte do bebê, a prima do deputado está processando algumas pessoas. Mas isso é matéria para amanhã. Agora, de Cirone, ainda não se ouviu falar de coisa desse tipo, por isso a surpresa.

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