Bagattoli, um analfabeto político, acusa o STF de estar implantando o comunismo no Brasil

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Bagattoli, um analfabeto político, acusa o STF de estar implantando o comunismo no Brasil

Senador grileiro de terras se revolta com a Justiça, pois pode não conseguir documentar sua fazenda localizada em terra indígena

Como se fosse pouco, conversas no WhatApp mostram que o mandato dele acabará sendo cassado

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As acusações do senador Jaime Bagattoli (PL-RO) contra o Supremo Tribunal Federal (STF) são gravíssimas, merecendo apuração. No último final de semana, em Vilhena, ele disse que “todos passaram batidos”, e que “o Judiciário está liberando droga, está liberando o aborto”. Depois disso ele dá a entender que o STF está implantando o comunismo no Brasil.

Jaime Bagarroli, acusado de ter grilado terras em área indígena, teria atacado com mais força o STF porque o Supremo está decidindo sobre o Marco Temporal, o que poderá afetar uma propriedade dele. Ou melhor, uma propriedade que ele diz ser dele, já que a maior parte está em uma área indígena.

O senador, supostamente um grileiro de terras, confessa que conversou com colegas senadores para que “nós possamos vencer por no mínimo 48 votos de vantagem”. Só não admitiu que essa foi a maneira encontrada por ele para conseguir regularizar a documentação da fazenda dele em terra indígena, mexendo com o Marco Temporal.

Em seguida, ele demonstra o temor de que o STF considere inconstitucional alguma decisão do Senado. É claro que ele não diz com essas palavras, pois seria muito querer exigir isso de um senador claramente despreparado.

“Eu pergunto aos senhores: será que o Supremo Tribunal Federal não vai respeitar? Porque se o Supremo não respeitar nem o Senado nem a Câmara dos Deputados, pode pegar a mala e ir para casa, porque isso não serve nada. Pode dar a chave para 11 ministros para governar o País. Isso é só o início do comunismo. Assim aconteceu na Venezuela, tirando o direito das pessoas”, ataca Jaime Bagattoli.

Veja os ataques absurdos do senador Jaime Bagattoli ao Supremo Tribunal Federal

O senador sem noção precisa ser responsabilizado pelas acusações ao STF. É claro que trata-se de um analfabeto político. Sua assessoria poderia contratar um estudante do ensino médio para explicar ao senador o que é o comunismo, e que na América do Sul não existe nenhum país comunista, mas o fato de Bagattoli demonstrar ser um analfabeto político por excelência não atenua o ocorrido.

Discurso demonstra que Rondônia elegeu um analfabeto político

Jaime Bagattoli é um senador que se diz bolsonarista, mas que tem um petista como chefe de gabinete, em Brasília. Seu chefe de gabinete é Marcelo Barrozo, genro do ex-vereador pelo PT e ex-deputado, também pelo PT, Claudio Carvalho. Marcelo Barrozo, que antes era petista declarado, apagou as postagens que havia em suas redes sociais contra Bolsonaro. Isso demonstra que o discurso do senador seria um, mas na prática ele estaria interessado mesmo em supostamente regularizar a documentação de sua fazenda.

Só para constar, o ex-deputado Cláudio Carvalho também é cunhado do ex-presidente da Assembleia Legislativa, Hermínio Coelho, historicamente ligado ao PT. Não existe nada de errado com Hermínio, Cláudio ou Marcelo Barrozo, diga-se de passagem. Isso só quer dizer que, de bolsonarista, aparentemente, o senador só tem o discurso, que em Rondônia serve para conseguir votos.

Existe um motivo claro, portanto, para Bagattoli atacar o STF. Os ministros estão decidindo sobre o Marco Temporal, e isso afeta diretamente o senador, que é proprietário de fato de uma fazenda formada com grilagem em terra indígena. Ele chama de implantadores do comunismo ministros que podem desfazer a grilagem de terras, e ainda admite ter feito lobby no Senado para manter o grilo.

Em uma suposta tentativa de mascarar suas reais intenções, ele ainda dá a entender que está defendendo o agronegócio. Se esquece de dizer que estaria defendendo na verdade seu próprio agronegócio.

O que se espera do STF é justamente o oposto do que deseja Bagattoli, acusado de um suposto crime. Um senador que faz um discurso desses, com supostos objetivos ilícitos, precisa ser responsabilizado, mesmo que ele aparentemente nem entenda direito o que diz.

Esta não é a primeira vez que Bagattoli fala dessa forma se dirigindo à Justiça. No último mês de maio ele chegou a dizer que o País vive a “ditadura do Judiciário”, ao se pronunciar sobre a busca e apreensão da Polícia Federal na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A manutenção do Senado representa ao Estado um gasto de aproximadamente R$ 243 milhões ao mês, enquanto o Orçamento da Casa é de vários bilhões ao ano. Isso quer dizer que um senador custa R$ 3 milhões mensais. Esse é o custo do senador Jaime Bagattoli, um analfabeto político por excelência.

Grilagem

As razões da atitude de Bagattoli podem ser explicadas com o que foi demonstrado pelo site De Olho nos Ruralistas. De acordo com os documentos mostrados, a fazenda São José pertence à Transportadora Giomila, que tem como sócios o senador e o irmão dele, Orlando Bagattoli.

A fazenda, conforme mostrado no site, foi registrada duas vezes em sequência: a primeira em janeiro de 2007, com 1,1 mil hectares, e a segunda em novembro do mesmo ano, com 3,7 mil hectares. A propriedade era de outra família, e foi adquirida pelos irmãos Bagattoli em 2011, por meio da penhora de uma dívida contraída pelos seus antigos donos. Os registros foram feitos logo após a homologação da Terra Indígena Omerê, em abril de 2006.

Isso explica supostamente a razão de Bagattoli estar atacando o STF. O senador estaria buscando a regularização da fazenda, que vale muitos milhões de reais, mas está sobreposta a terra indígena. O analfabeto político pouco entende de comunismo, mas aparenta ser um especialista em grilagem de terras.

Irregularidade nas eleições

Conversas no aplicativo WhatsApp mostram abuso do poder econômico de Bagattoli nas eleições de 2022. Ele teria entregue R$ 100 mil para serem usados em Ariquemes, mas o dinheiro não foi declarado na prestação de contas de campanha, pois excederia em muito o teto de gastos.

Por alguma razão o Ministério Público Eleitoral ainda não ingressou com uma ação judicial para que o caso seja investigado, apesar de o escândalo já estar público e de o próprio Tribunal Regional Eleitoral já ter sido acionado, pelo PSDB.

A prestação de contas de Bagattoli já tinha furos, como a alegação de que ele teria alugado seis carros por 43 dias, a valores que oscilam entre R$ 300,00 e R$ 320,00. Uma alegação muito furada.

Agora está explicada a razão de Bagattoli ter gasto tanto na campanha. Financeiramente compensa gastar alguns milhões para lucrar muitos milhões, com a regularização de uma terra grilada.

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