Sob a supervisão do secretário Júnior Lopes foram torrados milhões de reais de dinheiro do povo
O blog já havia alertado para a lambança que poderia estar acontecendo durante a Expovel, quando a Secretaria de Estado da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel) repassou por volta de R$ 10 milhões para a Associação dos Produtores de Eventos de Rondônia (Aperon). O público ainda não sabe o valor exato, porque o secretário Júnior Lopes ainda não contou. Um escândalo feito com dinheiro do povo.
Deputados e o próprio governador elogiaram a festa, que na verdade foi uma bagunça, começando pela falta de segurança, que obrigou o Ministério Público a agir logo no começo para evitar uma tragédia. Jogos de azar para arrancar dinheiro do trabalhador e preços exorbitantes foram a marca registrada da folia. Alguma coisa boa houve, mas também, recebendo cerca de R$ 10 milhões, até a equipe do blog faria uma festa.
O governo promove com maestria a Rondônia Rural Show, mas nesse caso não é Junior Lopes quem coordena a festa. No caso da Expovel, o secretário da Sejucel trabalhou em parceria com a Associação dos Produtores de Eventos de Rondônia (Aperon), uma empresa que foi reativada no dia 30 de maio deste ano e teve posteriores alterações contratuais, segundo denunciou o deputado Delegado Camargo (Republicanos).
O blog alertou, à época, que o dinheiro destinado à Aperon tinha fim específico, como o aluguel de 580 climatizadores evaporativos, a um preço de R$ 550,00 cada um. Diversas pessoas que foram até a Expovel disseram que lá não havia nem 100 aparelhos assim, e que em Porto Velho não haveria essa quantidade colocada à disposição para aluguel.
Agora o Ministério Público recomendou à Sejucel que suspenda os processos administrativos em trâmite para celebração do Termo de Fomento com a Aperon, abstendo-se de efetuar repasses, seja oriundo de recurso próprio ou de emenda parlamentar, para a realização da Expojipa.
O documento, assinado pela promotora de Justiça Tâmera Padoin Marques Marin, citou o Inquérito Civil Público e a Ação Civil Pública instaurados para fiscalizar a realização da Expovel.
Isso quer dizer que a sociedade nem digeriu direito o escandaloso repasse de dinheiro público para a Aperon promover a Expovel, e Junior Lopes já estava juntinho com essa empresa para fazer mais repasses para a realização da Expojipa. O blog alertou que isso pode dar cadeia, caso a Aperon não tenha alugado tudo o que deveria, e recebido o dinheiro. A investigação mostrará o que de fato aconteceu.
Talvez o deputado Alex Redano (Republicanos) possa colaborar com a investigação. O parlamentar teria sido sócio de Eduardo Prenzler, conhecido também como Edu Show, dono da Aperon. Os dois parecem ser próximos, tanto que o empresário já foi assistente parlamentar de Redano.
O parlamentar já foi organizador de festas, e certamente colaboraria de bom grado com uma investigação que pode revelar um grande escândalo.
Talvez seja interessante o Ministério Público investigar também uma suposta chantagem que Edu Show teria sofrido. Ele chegou a postar um desabado e sua conta do Instagram, mas não revelou o nome do autor da chantagem.
Sem ter a pretensão de querer influenciar em uma investigação do Ministério Público, seria bom averiguar como alguém sem muito trânsito político consegue receber aproximadamente R$ 10 milhões de dinheiro público para fazer festa.
Em alguns momentos parece o caso de uma tartaruga no alto de uma árvore, sem qualquer ofensa a Edu Show ou aos quelônios. Como tartaruga não sobe em árvore, uma situação assim quer dizer que alguém a colocou lá.
No caso da Expovel, se houve mesmo desvio de dinheiro público, é preciso responsabilizar também quem colocou a tartaruga na árvore. Ou alguém acredita que Edu Show tenha conseguido esse volume de dinheiro sozinho, sem que alguém influente tenha trabalhado nos bastidores?
Veja a matéria que está no site do MP
Em recomendação, MP orienta à SEJUCEL que suspenda contratos e repasses de recursos financeiros à APERON
segunda-feira, 11 de setembro de 2023
Em recomendação expedida na última sexta-feira (8/9), o Ministério Público de Rondônia, por meio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e Combate à Corrupção (GAEC), solicitou à Secretaria de Estado da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (SEJUCEL) que suspenda os processos administrativos em trâmite para celebração de Termo de Fomento com a Associação dos Produtores de Evento do Estado de Rondônia (APERON), abstendo-se de realizar qualquer repasse de recursos financeiros à APERON, seja proveniente de orçamento próprio da SEJUCEL ou decorrente de emenda parlamentar, bem como de firmar Termo de Fomento ou repasse de recursos financeiros à Associação para a realização da 42ª EXPOJIPA.
O documento, assinado pela coordenadora do GAEC, Promotora de Justiça Tâmera Padoin Marques Marin, considerou o Inquérito Civil Público e Ação Civil Pública, instaurados para fiscalizar a realização da 12ª EXPOVEL, na capital.
De acordo com a recomendação, estão sendo apuradas possíveis irregularidades no Termo de Fomento firmado entre a SEJUCEL e APERON para realização e execução da 12ª EXPOVEL, com documentos em desconformidade com os requisitos legais para realização de parcerias com as organizações da sociedade civil com entes estaduais, tal como o Termo de Fomento e falta de comprovação de desenvolvimento de atividades voltadas à promoção de finalidades de relevância pública e social.
Para evitar ações que causem danos ao erário, bem como defender o interesse público, a integrante do MP expediu a recomendação, tendo em vista que a APERON figura como requerente em pedidos de formalização de novos Termos de Fomento, como objetivo de realizar a 42ª EXPOJIPA e o 1º Rodeio Show de Cacoal.
Gerência de Comunicação Integrada (GCI)
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